quinta-feira, abril 18 2024

Glee (1×18: Laryngitis; 1×19: Dream On; 1×20: Theatricality): Glee mais uma vez revelou-se como uma série efêmera e, por isso, cada vez mais difícil de ser levada à sério. E sim, pra funcionar, ainda que como uma comédia musical, uma produção precisa nos fazer acreditar nas situações daquele universo, por mais absurdo ou irreal que seja. Em Laryngitis vimos o extremo oposto disto, pois o roteiro constantemente sabotou suas intenções desconstruindo as personagens apenas para (tentar) fazer uma graça momentânea. Ora, quem aqui conseguiu levar pra frente a ideia do casal Puck e Mercedes ou Kurt bancando o hetero? Ninguém. E se a série não consegue se convencer disso, como quer que o público se envolva com estas situações que sabemos que darão em nada? As músicas foram outro ponto negativo de Laryngitis, destroçando o clássico One do U2 e ainda trazendo um pavoroso e artificial número R&B com Mercedes e Santana. Sem Rachel cantando (e ela estava com amigdalite e não laringite, o que torna o título do episódio inexplicável), a parte musical também não avançou aqui. Mais uma vez reitero que à exceção da Sue Sylvester de Jane Lynch, Glee tem algumas das personagens mais voláteis e mal construídas da TV, pois o roteiro limita-se a colocá-las nadando à favor das marés e modinhas criadas. Isso sem contar na barata tentativa de emocionar o espectador com o surgimento daquele menino tetraplégico trazendo uma mensagem que até agora não sei qual é.

O capítulo seguinte, Dream On, dirigido por Joss Whedon (Buffy, Dollhouse) limitou-se a colocar o programa Glee Club em risco de ser encerrado mais uma vez, repetindo a batida storyline que tomou conta desta 1ª temporada. Nem a participação de Neil Patrick Harris (How I Met Your Mother) como o auditor carrasco que no final das contas apenas queria ser uma estrela dos musicais foi capaz de salvar o episódio, apesar de contar com números mais elaborados. O problema é que o excesso de dublagem e auto-tune (software que corrige timbres) continua irritante e comprometendo os resultados. Afinal, Glee é sobre um coral escolar e cada vez mais as apresentações estão over produzidas. Seria mais interessante se mais momentos como aqueles vistos no já melhor Theatricality aparecessem na tela: os garotos cantando para Quinn e o dueto Poker Face de Rachel com sua mãe, ambos no estilo acapella. Por falar nisso, a história do reencontro das divas foi mais um exemplo da velocidade em que as situações se apresentam e são concluídas, ainda que eventualmente retomadas mais tarde como foi o caso das “diferenças” entre Finn e Kurt. Com muitos episódios encomendados e, aparentemente, pouca história pra contar, os capítulos soam vazios e repetitivos. A série deveria focar mais no campeonato estadual pelo qual todos praticam semana após semana, mostrando a evolução do grupo, os outros competidores etc. Ah, sim: e deveriam trazer Sue Sylvester de volta urgentemente. Cadê ela?

Deixe um comentário