domingo, abril 21 2024

Por Bruno Carvalho & Camila Picheth

Steven Spielberg e J.J. Abrams começaram suas carreiras utilizando câmeras Super 8 para seus projetos, que foram lançadas em 1965. Eles também sempre demonstraram paixão pelo oculto e pelo sobrenatural, aspectos rotineiramente presente em suas obras. Por isso, Super 8 – que estreia nos cinemas brasileiros nesta sexta-feira 12 de Agosto – é o fruto desta inevitável e bem-vinda parceria. Ambientado no verão de 1979 no interior americano, o filme conta a história de um grupo de garotos que se depara com um evento extraordiário enquanto filmavam um curta de zumbis: um terrível acidente de trem que esconde mais do que eles poderiam imaginar. E em vez de roteitistas, diretores e técnicos de uma produção cinematográfica amadora, os garotos passam a ser os protagonistas de uma aventura extraterrestre.

Este seria um filme-catástrofe clássico se conduzidos por outros cineastas, mas o roteiro de J.J. Abrams (com produção de Spielberg) traz um enfoque particular, costurando de forma singela a narrativa através da paixão platônica de Joe Lamb (Joel Courtney) com a garota Alice (Elle Fanning). Super 8 ainda se apresenta como uma clara homenagem à obra de seus realizadores, trazendo elementos dos filmes Contatos Imediatos de Terceiro Grau, E.T., Os Goonies, Cloverfield, Guerra dos Mundos e, claro, das séries LOST e Fringe. Tecnicamente o filme também não deixa a desejar, com um figurino e design de produção tangíveis, inspirados em boa parte na coleção particular de revistas de Super 8 de Abrams. Os planos são construídos de maneira exemplar, captando os detalhes da cidade fictícia e retratando com eficiência as cenas de ação e a gradual descoberta pelos garotos da criatura que está à solta, mas que sabiamente é mantida oculta em boa parte da projeção.

Abrams intercala romance e mistério em Super 8 com eficiência, sem se render ao sentimentalismo barato e aos clichês. Além disso, o escritor apresenta diversas tramas paralelas que se complementam com a história principal sem ofuscá-la, notadamente aquela iniciada com a morte da mãe de Joe e esposa do policial Jackson, que é vivido com energia pelo ótimo Kyle Chandler (Friday Night Lights). Infelizmente, não posso dizer que a criatura de Super 8 é das mais inventivas (o que mais desapontou), pois sua aparência nada mais é que a soma de vários aliens visto nos cinemas nos últimos anos, incluindo Independence Day e até mesmo os aracnídeos toscos de Falling Skies (também de Spielberg). Mas felizmente o filme é capaz de surpreender e destoar do gênero com uma resolução inesperada em seu terceiro  e final ato. É uma grande homenagem aos filmes de mistério e aventura da década de 80 – uma homenagem singela de Abrams aos filmes de Spielberg que todos nós crescemos assistindo.

5 comments

  1. Hola !
    Concordo com vc. Na verdade a única falha do filme é justamente a criatura, seu design mix de Independece Day com Falling Skies e o seu comportamento sem lógica. Mas é um baita filme.

  2. Infelizmente não gostei. A minha expectativa era imensa, pois sou fã de JJ, mas decepcionei. Achei a história um saco, sonolenta, desinteressante. Algumas cenas de ação e os desastres foram bons e só. O final então foi pífeo. Estilo Falling Skies. Lamentável.

    ps: a referência a Lost da tampa da escotilha voando foi nostálgica.

  3. eu, o Fábio e um critico do Uol talvez os únicos que não gostaram do filme. heheheh
    Lembrou Lost. Um grande ínicio cheio de boas teorias, na metade não se desenrola nada e no fim…
    E por incrivel que pareça eu gostei da sacada do monstro ser o mesmo de outros dois filmes da marca Bad Robot. Seria um “Cloverfilho” que tb apareceu em Star Trek.
    O Abrams sabe fazer dinheiro ou como li hoje, ele é o novo Shyamalan.

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