quinta-feira, março 28 2024

Por Davi Garcia

Muito mais do que outra indicação de que Dexter parece estar recuperando a boa forma, “A Horse of a Different Color”, 4º episódio da 6ª temporada da série, nos trouxe a sensação de que o protagonista interpretado por Michael C. Hall abandonou definitivamente a posição estática em que se encontrava desde a temporada passada. Assim, ao encarar seu profundo ceticismo e as contradições da fé – através das conversas com Sam sobre as motivações do assassino do Apocalipse (apelido designado para o antagonista da vez) – Dexter se vê posteriormente surpreendido ao ser afetado pela necessidade humana (como já definira Sam) de se acreditar e apelar para alguma coisa (“Por favor, faço-o ficar bem”, pede ele) quando a vida de seu filho Harrison fica em perigo.

O “Graças a Deus” dito por Dexter pode ser uma reles expressão como ele mesmo diz a Sam em dado momento, mas ao mesmo tempo não deixa de representar mais um ponto de conflito interessante para o personagem que passa a enxergar no dono da oficina de carros, um contraponto no mínimo curioso para tudo aquilo que ele não acredita. Nesse contexto, ao retomarem o desenvolvimento de Dexter lançando luz sobre suas convicções e verdades, os roteiristas da série acertam ao não discutirem religião, mas sim a fé pura e simples sob uma ótica que é intrigante, porém nunca panfletária o que por consequência acaba tornando essa dinâmica bem mais atraente.

Dos demais aspectos abordados no episódio, destaque máximo e absoluto para a subtrama envolvendo Debra que, sobrevivendo à desconfiança e às armadilhas políticas de sua nova função (além das tentativas de puxada de tapete feitas por Laguerta, que aliás tem se revelado uma personagem odiável), volta a ser uma personagem autêntica e, sobretudo, importante para a história. E se Batista e Quinn parecem meio descolados da trama central servindo como alívio cômico do episódio (vide a cena no carro do primeiro), Masuka surpreende ao manter uma postura séria quando descobre a jogada de sua estagiária Ryan ao passo em que o novato Mike Anderson surge como um personagem que se impõe trazendo uma perspectiva nova pro caso, o que obviamente acaba chamando a atenção da chefe (alguma dúvida que os dois acabarão se envolvendo?).

Dessa forma, muito mais equilibrada e com um arco que até aqui se revela absolutamente interessante, a 6ª temporada de Dexter segue agradando ao mesclar os bons elementos da série com um desenvolvimento de personagens bem mais eficiente que o do ano anterior ao mesmo tempo em que nos lembra dos motivos que nos fizeram amar a produção: trama bem elaborada, bons antagonistas e um protagonista cheio de contradições, mas irresistivelmente carismático. Precisa mais para ser fã de Dexter?

15 comments

  1. Não podiam ter escolhido tema melhor para essa temporada.. As cenas estão fortes e arrepiantes até para os céticos. E pasmem, Dexter também está se tornando um believer!

  2. Concordo deliberadamente. A temporada está revigorante, abordando temas interessantes e questionaveis, sem contar que o foco está mais centralizado nos “Killers” E não somente na vida pessoal do Dex. A 6ª temporada está trazendo aquele gostinho de mistério que ficou um pouco ausente, após a 4ª temporada. Espero que continue seguindo dessa forma!

  3. Sensacional esse episódio. Os 3 anteriores não haviam me empolgado tanto ainda – tirando a ‘sena das cobras’, que lembra o episódio piloto – mas sou calejado já e sei que Dexter é uma série que tem inícios de temporadas um pouco mais lentos mesmo.
    Óbvio que fica aquela sensação de que pode se repetir o fiasco que foi a última temporada, mas to bem feliz que a série não decepcionou.
    Que esse 4o episódio seja o da arrancada!

  4. Acho que é a primeira vez que rolou uma “vítima viva” em Dexter, né? Muito foda!

  5. Verdade, Cabral. Não tinha parado para pensar nisso, e se a memória não me trai, foi a primeira vez mesmo. Aliás, a cena foi meio Jogos Mortais, não?

  6. Dexter finalmente nos dá de volta o orgulho de dizer que somos fãs! Ainda é cedo para engrandecer esta temporada, mas já podemos apostar em coisa boa. Agora espero que os personagens secundários, como a babá de Harrison, tenham algum destaque. A babá da quinta temporada foi uma pegadinha de mal gosto… ela era tão msiteriosa, apostei até que ela fosse parente de Lila e quisesse vingança rsrs! Espero muito agora pelo apocalipse… as trevas já mostraram suas armas pelo menos!

  7. Bom, creio que confirmaram de uma vez por todas que Dexter voltou com tudo, com uma nova temporada sensacional. “Graças a Deus!”

    Como você disse, a trama voltou a ser inteligente. Com a trama bem elaborada, bons antagonistas e um protagonista cheio de contradições.

    Estou gostando bastante da forma com que eles estão tratando a religiãom (fé). Como aquele diálogo do Dexter com o Sam, onde ele diz:

    “- Acha que ele está usando Deus como desculpa para matar? – Usam Deus como desculpa para várias coisas.”

    Espero que a série cresça ainda mais.

  8. Não estou gostando de Quinn e Batista. O primeiro era mais engajado nas investigações e agora está parecendo desorientado e irresponsável. Quanto a Batista, prefiro-o como aquele “tira” sério que é o pilar da delegacia. Ou seja, confiável!
    Ainda não me convenci de que sejam dois Cavaleiros do Apocalipse.
    Reparem que na cena que em estão na lanchonete, apenas o mais jovem está tomando café e a garçonete se dirige unicamente a ele que, também, é o único novamente servido.
    As cenas na floricultura foram extraordinárias, com todo o suspense que esperamos da série.

  9. Me pareceu forçado. Sem a autenticidade de antes. Sem o cuidado, a cadência em desenvolver as contradições da racionalidade do personagem e de seus coadjuvantes. E sinceramente, a sacada do Dexter sobre o assassino… mal, muito mal. Dexter está fácil e isto não é bom.

  10. Eu ainda não descartei totalmente essa ideia de que o professor seja fruto de uma esquizofrenia (ou algo que o valha) do Travis, mas esse episódio trouxe alguns fatos novos que podem refutar essa teoria. Por exemplo, a polícia descobriu dados que apontam para a existência do professor. E até aí concordo que ele poderia ter simplesmente morrido e o Travis continuar enxergando-o de alguma forma (tal qual o Dexter com o pai) como seu tutor. Contudo, como explicar a cena em que o Travis está na cama com a menina e a câmera se aproxima da porta do quarto só para mostrar o professor observando pela fresta?

  11. Episódio excelente. Realmente não esperava (acho que ninguém,né?) a cena da mulher sendo morta meio Jogos Mortais.Foi muito bom!
    E,como eu tinha lido anteriormente em algum lugar, essa temporada tá bem Dan Brown.E isso é MUITO BOM!!!

  12. não gostei não, estão transformando meu personagem favorito num crente religioso! q merda

  13. Gostei do episódio, mas tem algumas incoerências pelo o que eu vi, como Dexter tinha total certeza que o segundo assassino era realmente aquele que ele via olhando os gafanhotos voando, poderia ser qualquer um, um cara feliz por nunca ter vistos gafanhotos na vida, alguém com tempo livre, ou depois do almoço do expediente saiu para tomar um ar e parou ali sem mais nem menos, quanto a espada também achei estranho, qualquer um poderia criar um objeto cortante do tamanho de uma espada e utilizar no assassinato e conter ferrugem, por que tem que ser um objeto da época medieval, segundo o que Masuka disse.
    Não sei como ele chegou a essa conclusão, e quanto a teoria das 2 personalidades faz até sentido, quando James passa a mão na cabeça da mulher que Travis saiu, ela só fecha os olhos, não por causa do contato da mão dele, mas por causa do pavor ali no momento, na cena da mesa também, se percebe melhor, é como se ele nem estivesse sentado ali, provavelmente o alter-ego do Travis projetado ali na frente dele, mas como uma figura paterna, ou alguém que se sgnificava muito pra ele, talvez um mentor realmente, ou talvez ele tenha matado ele, não sei,me desculpe pelo tamanho do texto, era para ser um breve comentário.

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