quinta-feira, abril 25 2024

Por Davi Garcia

Era uma vez um serial killer que não acreditava em mudança ou na possibilidade do arrependimento e que encarava a fé em qualquer coisa (divina ou não) como algo tolo e absolutamente dispensável. Em “Once Upon a Time…”, 2º episódio da 6ª temporada de Dexter, o aspecto religioso que servirá de catalisador para a trama da vez fica ainda mais evidente quando Dexter conhece Sam (Mos Def), um ex-presidiário com passado sombrio, mas que aparentemente convertido, se apresenta como alguém que não apenas consegue controlar seus impulsos mais selvagens, mas que também trabalha como uma espécie de guia (ou bom pastor, como ele resume) para outras ‘almas perdidas’. E se por um lado esse encontro parece ser suficiente para provocar em Dexter questionamentos mais do que prementes, por outro deve mostrar o analista de sangue lidando, ainda que inconscientemente, com a necessidade de encontrar a fé.

Não na religião, claro, mas na certeza de que conseguirá ser um bom pai para o filho que os roteiristas da série insistem em vender como uma criança alimentada desde cedo por seu próprio dark passanger. Mostrando potencial para recolocar a produção nos eixos (a subtrama envolvendo Debra como a nova Tenente da Miami Metro parece interessante), o sexto ano de Dexter surge com uma proposta levemente ousada ao nos confrontar com fanáticos religiosos (representados pelos personagens de Edward James Olmos e Colin Hanks) que se revelam tão vis e desprezíveis como um assassino qualquer. A premissa não chega a ser tão espetacular é verdade, mas ei, se isso trouxer mais complexidade e sobretudo um desenvolvimento mais corajoso para esse ótimo personagem do Michael C. Hall já valerá muito, concordam?

8 comments

  1. Estou gostando desse inicio de temporada, a trama parece sim interessante e com fôlego para percorrer a temporada toda, diferente da trama da quinta temporada que me deixou meio decepcionada.
    Abrindo um parênteses: muito fofa a relação do “serial killer sem sentimentos” com o filho, ele mostra um lado muito “humano”, digamos assim, quando diz que precisa acabar rápido com aquele traficante, porque ele tem que voltar para casa e fazer um ritual mais importante com o filho. Muito bom!

  2. Sem trocadilhos, mas TODA a fé do mundo nesse vilão de Edward James-Olmos, acredito que só ele poderá se equiparar ou até quem sabe, superar Arthur Mitchell/Trinity Killer (John Lithgow). So Say We All!!

  3. Essa temporada tem tudo para ser muito boa. O enredo está muito bem ajustado e chamando muita atenção. O vilão é muito forte, assim como foram os da 1ª e 4ª temporada. Até a história da Debra, que eu tive medo que fosse ser ruim, está se desenrolando bem. Dexter não ter um lance amoroso é bom também, deixando-o mais focado no que ele sabe fazer melhor..
    Enfim, esta temporada está dando um up no desastre que foi a temp. anterior.

  4. Achei a trama muito rasa e boring. Dexter já foi melhor, na minha opinião.

    Eu, pelo menos, me empolguei pra valer na temporada anterior. Achei o vilão fantástico, a trama desenvolvida muito legal, mas que no fim foi decepcionante. Depois da quinta temporada, com o perdão do trocadilho, não boto muita fé nessa nova temporada.

    Depois da primorosa e fantástica quarta temporada de Breaking Bad, fica difícil lidar com essa trama rasa de Dexter como algo muito promissor.

    No entanto, devo ressaltar que alguns diálogos sobre religião contaram com uma narrativa interessanta até o momento. Também achei a escolha do vilão muito boa, faz todo o estilo psicopata.

    Enfim, para os padrões do Dexter, essa temporada começou meio fraquinha, mas ainda assim é Dexter. Ainda assim é acima da média.

  5. Infelizmente tenho que concordar com o Guga. Digo isto porque eu queria Dexter melhor. A série era impecável. Um texto formidável com uma direção muito boa.

    Hoje… putz, o segundo episódio trouxe deslizes desconfortáveis. Por exemplo a música quando Debra é pedida em casamento e conta coisa para o Dexter. Que porcaria foi aquilo? Virou comédia? Só faltou o tamborzinho, sem falar que esvaziou consideravelmente o peso dramático da situação e da atuação de Jennifer Carpenter (que é excelente e a muito vem salvando episódios de Dexter).

    Dexter perdeu a mão. Eu realmente não sei o que aconteceu com o seriado depois da 4 temporada. Os problemas de direção e a tentativa em fazer o seriado conquistar grandes audiências está, para mim, detonando o que a série tinha de melhor: não ser fácil. Aliás, foi por ser um seriado dificil, com uma profundidade psicológica e, por que não, filosófica que Dexter conquistou o público que conquistou.

    Uma pena, para mim Dexter como conhecíamos até a 4 temporada acabou. Começou outra série, que é boa, mas que não é excelente, pois extrapola em clichês em momentos muito sérios.

  6. Acho que a grande questão mesmo foi esse troca troca de produtores/roteiristas. Perderam o foco e nisso a complexidade do personagem (que ainda é muito bom) diminuiu frente a acomodação de roteiros que não continuaram desenvolvendo-o de forma contundente. Tá certo que agora estamos vendo esse contraste entre o Dexter assassino e o pai dedicado, mas será que só isso vai bastar? Reforço a ideia de que o início da temporada tá promissor, mas para mim também está claro que ainda falta alguma coisa para que a série volte a provocar o impacto de outrora.

  7. Bom, estou meio receioso com este início de temporada. Quem não está, né? Depois de uma 4ª temporada muito fraca, como foi.

    Assim como você disse, eu também acho que este começo é bastante promissor, tendo a religião (fé) como tema.

    Mas torço para que eles mantenham um roteiro inteligente ao abordar a religião, assim como foi no primeiro episódio, onde o Dexter discutiu com o Angel Batista sobre a religião. Diálogo fantástico! rsrs

    Bom, e assim como o Guga, acabei de sair de uma temporada fantástica de Breaking Bad e meus padrões estão altíssimos. Então, espero que essa nova temporada do Dexter retome o mesmo padrão de outrora!

  8. “Bom, estou meio receioso com este início de temporada. Quem não está, né? Depois de uma 4ª temporada muito fraca, como foi.”

    Você quer dizer 5ª Temporada?

    Essa realmente foi fraca, a quarta foi a do Trinity (que foi muito boa assim como as 3 primeiras), depois da quarta que mudaram a equipe de roteristas e divemos aquela 5ª Temporada (e essa equipe continua nessa sexta).

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