Por Davi Garcia
Considerando o altíssimo nível da temporada, o season finale de Sons of Anarchy exibido lá fora no dia 6/12 infelizmente deixou um pouco a desejar. E não, “To Be, Act 2”, não foi um episódio ruim nem tampouco mudou minha opinião sobre este 4º ano da série (que, para mim, só perdeu para o irretocável 4º de Breaking Bad), mas carregando a responsabilidade de dar a costura final da grande história da vez, não é exagero dizer que ele falhou em alguns aspectos ainda que tenha acertado em outros.
Nesse contexto, se por um lado certas escolhas – como as de dar um desfecho parcial e insosso para um personagem importante como Clay (ele se tornará uma ‘reles’ ameaça constante daqui pra frente?) ou de apresentar uma virada que soou absolutamente forçada no arco envolvendo o cartel -, surgem como escorregadas, por outro a imagem derradeira da temporada com Jax assumindo a liderança dos Sons (com o apoio de Tara, diga-se) representa um gancho emblemático para o futuro da série e da história daquele grupo de uma forma geral, visto que ela abre espaço para uma importante pergunta: Jax fará diferente ou apenas repetirá os mesmos erros de seu pai, JT?
Dos aspectos negativos desse finale, a ausência do forte elemento de tensão tão presente nos 13 episódios anteriores, além de resoluções simplórias para algumas das boas subtramas da temporada foram certamente os pontos que mais me incomodaram. Não digeri bem a ideia de que tantos cenários interessantes (como aqueles envolvendo Juice, Opie e Tara) tenham sido diminuídos pela revelação de que trabalhando para a CIA, o cartel comadando por Romeo Parada (Danny Trejo) não era exatamente o que a trama pintou desde o início. Fora isso, o fato de Clay continuar vivo só porque o IRA assim o quer foi uma decisão conveniente demais para justificar a continuidade de um personagem cuja vilania se faz necessária para a sequência da série.
Fato é que com “To Be, Act 2”, Kurt Sutter, criador e principal roteirista de SoA, deixou clara sua intenção de tomar, pelo menos nesse momento, o caminho mais seguro para a continuidade da série (algo que se traduz pela ausência de mortes de personagens importantes ou mesmo da prisão de alguns nesse finale, por exemplo). Sendo assim, ao passo em que essa escolha deixou boas possibilidades no ar (vide a pergunta que destaquei no 2º parágrafo), ela também despertou em quem, assim como eu, esperava por um encerramento mais impactante, um sentimento de que a ousadia tão caracterísitica dos temas da série foi deixada de lado no apagar das luzes de uma temporada que, repito, foi excelente.
A temporada era pra ter só 13 episódios, e o Kurt Sutter resolveu ampliar o último episódio para 2 partes. Quem o segue no Twitter sabe disso. Para a FX deve ter sido um deleite ouvir isso, já que a audiência da série nunca esteve tão boa. Mas o lado ruim é que faltaram elementos mais fortes de tensão e resoluções de conflitos mais satisfatórios, realmente…
Eu encarei essa finale mais como um epílogo do que como um episódio normal mesmo. Não li Hamlet, mas como a série é vagamente baseada nessa peça, acho que dá pra tirarmos pistas dela. Pelo pouco que conheço da peça, acho que chega um momento em que o ‘princípe’ descobre que o padrasto é o assassino do pai, e só ao final revela isso para todos, através de um teatro. Agora o que está nesse meio tempo eu não sei/lembro…
Adorei a S04 de Sons , achei até melhor do que a de Bbad … ao contrário de muitos curti o season finale e acredito que a série pode manter o nivel na próxima temporada !
Sons minha série preferida recomendo a todos e especial essa S04 !
ótimo texto , até a próxima temporada!
“esperava por um encerramento mais impactante, um sentimento de que a ousadia tão caracterísitica dos temas da série foi deixada de lado no apagar das luzes de uma temporada que, repito, foi excelente.”
concordo plenamente!! esperava pela morte de Clay, seria uma perda para a serie? seria..mas tinha q ser esse o desfecho!
mas a temporada foi excelente!
otimo post!