quinta-feira, março 28 2024

Por Bruno Carvalho

Baixada a poeira da agitação da estreia de Alcatraz, foi possível perceber que a série tem muito que melhorar para se tornar relevante e interessante até mesmo a curto prazo. No capítulo desta semana nos EUA, o drama investiu num caso bobo, previsível e que não trouxe nada de novo ao gênero. O “malfeitor” da vez foi Kit Nelson, um “matador de crianças” que, claro, era um dos prisioneiros de Alcatraz que reapareceram no “presente” para, bem, matar mais crianças (oh!). Ainda sem explicar a motivação por trás dos crimes, optando apenas por continuar tratando todos presos como psicopatas, o episódio foi marcado por inconsistências de roteiro, especialmente em coisas simples como o fato dos investigadores Rebecca e Diego  interromperem a caçada ao sequestrador para ter sempre que ir até o QG na ilha (e o principal transporte é balsa, diga-se) ou novamente as coincidências que sempre “entregam” o bandido facilmente, como no caso da torta de cereja. E alguém mais tem a impressão que falta mão-de-obra na Alcatraz-Division?

Não ficou claro também qual é a mecânica de Alcatraz. Os presos vão sendo “soltos” no presente a conta-gotas, um por dia, é isso? Ou todos eles estão soltos, mas coordenam entre si seus crimes para não atribular a rotina dois únicos investigadores (sendo um deles civil) que só reagem em vez de agir em busca de respostas? Ora, em todo o capítulo não tivemos uma só menção relevante à suposta “mitologia” ou ao mistério principal da série, mas tão-somente uma rápida aparição dos presos dos primeiros dois episódios, mantidos em uma estrutura capaz de abrigar todos 302, além do médico não envelhecido ao final (fato que já não é mais novidade). Isso sem contar que a série traz um excesso de letreiros expositivos e transições exageradas. É realmente necessário aquele invasivo efeito de grades e os caracteres “Alcatraz” na tela a cada flashbackou os realizadores não consideram seu público é inteligente o suficiente para fazer a óbvia ligação “homens com macacão de penitenciária -> estão em Alcatraz -> Alcatraz não funciona mais -> é passado?” Sem saber explorar bem a própria premissa, o drama criado por Elizabeth Sarnoff, Steven Lilien, Bryan Wynbrandt desaponta – e muito – neste início de temporada. Temos séries procedimentais aos montes na TV americana e é desnecessário mais uma que não sai do lugar. Tomara que corrijam o rumo de Alcatraz e rápido.

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Alcatraz, Person of Interest e Fringe!

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25 comments

  1. Até curti os 2º primeiros episódios, mas vendo o 3º fiquei com o pé atras já. Foi como você disse: “Os presos vão sendo “soltos” no presente a conta-gotas, um por dia, é isso? Ou todos eles estão soltos, mas coordenam entre si seus crimes para não atribular a rotina dois únicos investigadores (sendo um deles civil) que só reagem em vez de agir em busca de respostas?”
    Se for isso até o final da temporada vai ser chato demais. Até os médico aparece sem ter envelhecido nem um fio de cabelo. Vamos ver como vai andar a serie.

    PS: Esse Emerson Hauser sabe de muita coisa.

  2. 5. Este é o meu número limite para continuar ou não a ver uma série. Tb espero que até lá Alcatraz melhore, senão…

  3. Eu acho que a série tem potencial pra ser aquilo que almeja a ser: procedimental, com uma pequena mitologia. A intenção é pegar sempre o espectador eventual, e não ter uma mitologia principal muito complexa. Pra isso, é necessário ter histórias interessantes pra cada preso (o preso da semana, o equivalente ao ‘monster of the week’ de Arquivo X). Acontece que nesses 3 episódios, só o segundo foi um pouco interessante.
    Quanto a não revelarem a dinâmica de Alcatraz, os motivos, como os presos estão aparecendo no presente, etc etc etc, isso não tenho pressa alguma. Parecem aqueles fãs apressadinhos de Lost que ficavam cobrando respostas rápidas.
    O que tá faltando, como já disse, são boas histórias para os presos, para que Alcatraz se torne um bom drama procedimental, beirando até o estilo de ‘série antológica’ (mas não chegando a ser uma).

  4. Concordo com as críticas, mas eu gostei da história do prisioneiro. É uma pena que dessa vez não conectaram a história do prisioneiro com a mitologia da série. Espero que os próximos episódios sejam melhores.

  5. Eu discordo um pouco da sua posição. A maioria dos seus questionamentos já foram explicados.

    Os presos já estão todos no presente, é só uma questão da força tarefa encontra-los. (a descoberta do caso do matador de criancinhas foi ao acaso, enquanto escutavam o rádio da polícia).

    O desenvolvimento dos personagens está sendo ótimo, essa semana focaram no Doc. mostraram os motivos por conta do Doc ser como é, os traumas de infancia, o personagem “emoção / gênio” da força tarefa.

    Já no terceiro episódio podemos notar que alguma coisa acontecerá com o Diretor de Alcatraz, começando colocar as peças do plot todo da série.

    Concordo contigo sobre os flashbacks, irritantes e muito explicativos.

    Acredito que os o plot principal irá demorar um pouco para se desenrrolar e veremos muitas solidificação de personagens ainda.

    A torta de cereja foi complicado de engolir mesmo.

  6. Concordo com o texto, apesar de até agora estar gostado da série. O problema é que Alcatraz, acredito eu, vai ser uma daquelas séries que se desenvolve lentamente, o que pode contribuir pra cansar o público…

    Necessário não é, mas achei legal aqueles efeitos de grades e os caracteres “Alcatraz” nos flashbacks :D

  7. Concordo com o review. Mas espero eu que seja um período para testes e adaptações,assim como aconteceu com “Fringe” no começo

  8. Vi o piloto duplo e já dropei essa porcaria de serie, Ja basta as reciclagem de LOST feita no terrível flashforward.

    Tem tando seriado bacana pra ver, não tem sentido perde tempo com isso.

  9. Não entendo como as pessoas acham FlashForward tão ruim. Eu adorei!

    Mas enfim… os dois primeiros episódios de Alcatraz foram tão bons e esse 3º epi foi tão fraquinho… não gostei também.
    E não duvido que o caso que tenha acontecido com o Soto aos 11 anos seja tão previsível ao ponto de o avô da Rebecca ter feito algo contra ele. Espero que não, e que a série alavanque. Mas vamos ver, né…

  10. Coisa boa quando se encontra um artigo que diz tudo que se pensa. Com sobra na verdade, algumas coisas não percebi.

    Estou achando bem “mais do mesmo” a série.

    Sempre lembrando que poderíamos ainda estar assistindo Flash Forward que era bem mais original e estava ficando claramente crescendo em qualidade na trama.

    Se não tivesse o JJ de “padrinho”, Alcatraz já estaria sobre séria ameaça.

  11. “Os presos já estão todos no presente, é só uma questão da força tarefa encontra-los. ”

    Não mesmo, o primeiro preso apareceu ali na hora. E como o Bruno comentou, se estivessem todos já no presente estariam esperando para atacar ?

    Isso não existe, principalmente no caso dos psicopatas que não estão matando por uma causa e sim por uma compulsão doentia. Não iriam esperar.

  12. esqueçam Alcatraz a serie não tem folego não tera a segunda temporada !! a melhor serie que eu vi nso ultimos tempo é HOMELAND!! eta serie porreta! esta sim tera segunda temporada espero que venha melhor que a primeira!

  13. Ninguém pode dizer se todos os presos já estão soltos ou não… ainda não sabemos a história por trás de tudo. Pode ser que eles vão sendo soltos um por um sim. E daí, qual o problema? Pode ser que tenha uma ordem superior a seguir, um plano a cumprir. Com certeza as respostas às perguntas virão com o tempo. Algumas coisas são realmente muito forçadas, como os super detetives. E não tinha me atentado pra questão do “quartel general” (rsrs).
    Vamos que vamos!! xD

  14. Pra mim, Fringe era igualzinha no começo. Tanto que larguei, pra voltar muito tempo depois, quando resolveram introduzir a mitologia e todo mundo jurando que tava muito boa (tava mesmo).
    É um período introdutório, eu acho. Um pouco filler, também, não adianta jogar direto todas as cartas na mesa em uma série como essa, senão não duraria nada.
    Sobre os presos, ok, falta explicação, mas é uma série procedural. Você não quer que tenham que caçar 5 por episódio, né?
    Tão usando cada episódio, a história de cada preso, pra mostrar a história de Alcatraz. Estão criando a mitologia lentamente.
    Eu ainda estou sendo paciente, depois da lição que aprendi largando Fringe antes da hora (lá pelo 6º episódio).

  15. Neste ponto a série está muito mais próxima de Terra Nova do que de qualquer boa série scifi anterior.

    Mesmo para uma série “procedimental + trilha de miagalhas de pão”, Alcatraz não se sai bem até o momento devido a absoluta mediocridade dos “prisioneiros da semana” até aqui.

    E os flashbacks devem ser repensados urgentemente, pois já estão provocando risadas involuntárias.

  16. Impossível. O avô da Rebecca desapareceu em 1963 junto com os outros presos, o Soto não era nem um brilho nos olhos dos pais dele. A não ser que os presos tenham voltado há muito mais tempo do que a gente imagina…

  17. Realmente, a série ainda está fraquinha. Mas eu tenho fé, tem muita série que começa assim, sem empolgar, e depois segue um ótimo caminho. Dificilmente vou abandonar antes do fim da temporada, pelos seguintes motivos:
    1 – Sou “procedural bitch”. Me mostre um corpo, uma investigação e eu já tô na frente da tv/pc.
    2 – Como disse antes, tudo pode melhorar com o tempo.
    3 – E se eu largo a série e o Jorge Garcia faz aquela carinha de choro? Vou morrer de culpa. :)

  18. Eu leio a palavra “malfeitor” e só consigo me lembrar da peça infantil em que o Quico era o vilão “Melchior”, HAHA. Isso é o máximo que posso comentar sobre o review, já que nem assisti à série.

    Mas isso reforça a opinião que dei nos comentários do Podcast. Quanto mais o JJ linkar o nome dele a essas séries, aparentemente, medíocres, mais manchado ele vai ficar.

  19. Hmm… verdade! Não tinha pensado nesse “pequeno” detalhe, hahahaha!

    Mas ainda assim, acho que deve ter alguma relação com alguém lá de dentro…

  20. Pelos comentários acima do revisor, parece que o destino de Alcatraz é bastante funesto se não incorporar um pouco mais de densidade à trama dos foragidos da extinta prisão. Existem traços de trama que são acrescentados a cada episódio e que parecem não satisfazer suficientemente os espectadores a ponto de mantê-los grudados em suas pequenas telas toda semana. Creio que, a despeito das falhas narrativas apontadas, ainda é cedo para que a série seja crucificada e jogada ao léu. Uma questão já mencionada – não sei se no podcast ou em uma review – diz que Alcatraz ainda não trouxe nenhum elemento novo para os espectadores e ficar alardeando que vem dos mesmos criadores de Lost e Fringe é pouco para manter uma série no ar se ela não satisfaz suas próprias expectativas.

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