segunda-feira, abril 15 2024

Por Bruno Carvalho

[com spoilers do episódio 1×07] Em determinado momento de mais um episódio de Alcatraz, a detetive Rebecca Madsen, o misterioso Hausen e o Doutor Soto precisam impedir que o malfeitor da vez, que sequestrou um vagão do metrô de São Francisco, mate dezenas de pessoas com um gás tóxico. Ora, nada melhor então do que estar numa ilha à 2,5 km do continente (veja o mapa abaixo), cuja principal forma de acesso é através de uma balsa, não? E ainda que eles disponham de um helicóptero 24h à disposição (embora nunca tenhamos visto eles entrando de fato em um), estabelecer o seu QG numa ilha não é das ideias mais brilhantes. Pois são inconsistências como estas e outras, como o fato do vídeo que contém a identidade do criminoso simplesmente aparecer do nada na tela do computador de Soto (e só depois o reconhecimento facial é feito), que tornam Alcatraz uma experiência ainda mais boba e inverossímil.

Aliás, o drama ainda não conseguiu estabelecer sua identidade: vezes ventila ser uma série de mistério, quando na verdade não passa de um procedural com investigações prosaicas e desinteressantes. Já se passaram sete episódios e a motivação para os crimes dos prisioneiros de Alcatraz que reapareceram no presente continua sendo” “sou malvadão e ponto”. Os sujeitos ganham a liberdade, adaptam-se facilmente à vida moderna (ora, salvo pontuais menções, eles jamais focam no contraste social/tecnológico que eles deveriam sentir) e a única coisa que pensam é: “vou recriar todos os crimes do passado e tocar o terror”. Algo também que continua sem fazer sentido é a minúscula equipe da “Divisão Alcatraz” aparecer primeiro em absolutamente todos os casos, como se aqueles três fossem onipresentes (algo que não ocorrem em Fringe, por exemplo, e mesmo esta contando com casos que beiram o absurdo, muitas vezes consegue ser muito mais plausível que Alcatraz). Com um roteiro que beira a incompetência e uma produção desleixada, é assombroso constatar que nomes tão fortes como Elizabeth Sarnoff, J.J. Abrams e Sam Neil façam parte de um projeto tão aquém de seu potencial.

18 comments

  1. “o fato do vídeo que contém a identidade do criminoso simplesmente aparecer do nada na tela do computador de Soto, que tornam Alcatraz uma experiência ainda mais boba e inverossímil.”

    Tudo isso existe, o Finn do Person Of Interest teria um sistema desses.

    Fica monitorando sites de vídeos e faz comparação por padrões. A Tarefa fica facilitada por serem poucos prisioneiros e guardas.

    O que se pode questionar é a Banda e poder de processamento para isso, mas nunca foi problema para divisões secretas.

    Só o que foi meio idiota foi o vídeo aparecer e DEPOIS ser feita a comparação e busca do prisioneiro. Mas valeu para todo mundo entender.

    Mas… como a série tá uma porcaria mesmo, até esse tipo de detalhe incomoda.

  2. Pois é, primeiro o vídeo aparece e somente depois que passam o reconhecimento facial. Aí não dá, né?

  3. E o que dizer de quebrar UMA janela do trem? Mais de 20 homens, expostos a um gás venenoso, saindo de um em um.

    Eu tô tentando, mas está difícil acompanhar Alcatraz. Provavelmente vou terminar a temporada, mas só isso…

  4. E as investigações sempre ‘caem’ nas mãos deles por milagre, não é possível. Assaltaram um banco? Tiroteio no parque? Sequestraram um trem? Opa, vou chamar a equipe da Divisão Alacatraz porque parece ser um dos presos que voltaram de 1963. Aham.

  5. Eu tinha achado o piloto da série tão bom. Mas caiu na mesmisse, nunca tem uma nova (empolgante) informação. Basicamente em todo o episódio eles vão lá, acham o novo cara sei lá como, prendem ele e fim, um pouquinho da história do cara, mas nada muito construtivo pra história principal.
    O vídeo ter aparecido por milagre nem me incomodou tanto (essas tecnologias “fantasticas” não me surpreendem mais), mas o modo como a série tá seguindo desanima de assistir na semana seguinte. Sem dizer que concordo plenamente com esse negocio de eles sairem da ilha e chegarem nos lugares praticamente por mágica.

  6. Fiquei curioso: se não estão gostando, porque continuam a assistir? Só pergunto porque eu prefiro não perder tempo vendo o que não gosto…

  7. Realmente, está complicado. Para mim, além de todas essas coisas ridículas no roteiro (em especial no final que eles chegam magicamente no metrô), o fato de TODO mundo maltratar o nosso vilão da semana foi uma das coisas mais forçadas que eu tive o prazer de ver numa série até hoje.A cena do cara jogando a toalha na cara dele em especial foi sensacional de tão ruim.

  8. Só assisto Alcatraz pra poder vir aqui e ler os textos do Bruno sobre AUHAUHAUHUHA.

    tenho uns amigos que gostam da série, não sei como. Mas eles gostam.

    E ah, como um cara que viveu 50 anos atrás consegue para um trem daqueles? rs

  9. Além de todas as inconsistências já mencionadas, pensei em mais uma sobre a motivação do McKee. Ele atacava o pessoal que fazia bullying com ele: a turma do colégio no passado, a garota que fez ele perder o testículo com as bombinhas (oi?), o cara que tacou a toalha e os clientes do bar. Ok. Aí do nada ele resolve fazer um ataque no metrô contra pessoas aleatórias que não lhe fizeram nada. Pô, roteiristas, esforcem-se aí! Será que quando eles estão gravando, não tem um sujeito pra levantar o dedo e dizer: “pessoal, isso não faz sentido…”?

  10. Cara, cada episódio deixa esse seriado mais idiota. E este então… já me cansei de ver o Jorge Garcia sendo onisciente de tudo. Beleza, ele escreveu um livro sobre a prisão, mas lembrar de detalhes como “as únicas plantas” que nascem ali é absurdo. E esse negócio deles chegarem antes de todos nos locais dos crime também é ridículo. Também percebi como ficou inconsistente eles conseguirem chegar no metrô a tempo, considerando que o gás já tinha sido solto e eles estavam na ilha… E não vou nem comentar do vídeo aparecendo do nada e depois sendo deletado instantaneamente. É absurdo atrás de absurdo!

  11. Desculpa pra quem paga pau pra J J Abrams, mas esse sujeito só fez 2 coisas que prestam, o piloto de Lost e Star Trek e só.

  12. Depois desse episódio, que foi um insulto a inteligência do telespectador, só me resta abandonar a série.

  13. As inconsistencias sao muitas… Na cena do metrô, primeiro que esses carros costumam ter um sistema para abrir as portas em caso de emergencia. Segundo que eles sempre carregam extintores de incendio. Sendo assim, bastaria um dos passageiros pegar um extintor e quebrar os vidros. Simples. Mas não, só pode ser a equipe dos 3 Fantásticos para resolver tudo… Ridiculo.

  14. A cada episódio novo eu ainda tinha a esperança de que a série melhorasse um pouco, mas pelo jeito não vai sair disso e vai acabar sendo cancelada. Cheguei a cochilar nesse episódio, então deixa que eu mesmo cancelo.

  15. Esta série tenta acompanhar a moda CSI, é um mero CSI adaptado a um único mistério como estes prisioneiros estão voltando, mas por incompetência e limitação dos criadores não apresenta as investigações profundas e complexas, deveriam limitar a quantidade dos criminosos e demorar um pouco mais na captura mostrando um pouco mais de respeito ao trabalho policial. Parecem episódios de desenho animado americano. Não precisa acompanhar todos os dias pra entender, basta assistir a abertura e ver o episódio, que se repete e repete, só muda o monstro. Resumindo prefiro Power Rangers

  16. Esta série tenta acompanhar a moda CSI, é um mero CSI adaptado a um único mistério: – Como estes prisioneiros estão voltando ? Mas por incompetência e limitação dos criadores não apresenta as investigações profundas e complexas, Deveriam limitar a quantidade dos criminosos e demorar um pouco mais nas investigações e dificuldades de captura mostrando um pouco mais de respeito aos fans e ao trabalho policial. Parecem episódios de seriado infantil americano. Não precisa acompanhar todos os dias pra entender, basta assistir a abertura e ver o episódio, que se repete e repete, só muda o monstro. Resumindo prefiro Power Rangers

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