quarta-feira, março 27 2024

The Walking Dead 315[com spoilers do ep. 3×15] É o fim(?) da errática jornada de liderança autocrática de Rick. Dentre outras, essa é um inferência razoável que surge ao final desse bom penúltimo episódio da terceira temporada de The Walking Dead, quando sai de cena a imagem “Ricktatorial” estabelecida dezesseis capítulos atrás e ressurge um Rick cansado de carregar o fardo de ser o que não é (algo que fica claro durante a conversa que tem com Merle em dado momento) e que resgata a fala mansa para defender a voz do grupo como a única capaz de decidir o destino de todos.

Dependendo do ponto de vista, tal revisão de postura pode ter ocorrido um pouco tarde demais, é verdade, principalmente quando colocamos sob perspectiva o quanto Rick minou a resistência da Prisão e o que ela representa para os personagens ali. Afinal, ao abrir mão do grupo de Tyreese, por exemplo, empurrando-o para Woodbury alguns capítulos atrás e optar, ainda que de forma breve, pela ingênua decisão de entregar Michonne (ela própria uma força fundamental para o grupo naquele momento) para o Governador em prol de uma chance irreal, Rick não considerou a possibilidade de disparar uma corrente de insegurança e, sobretudo, de desconfiança dentre aqueles personagens que o tinham como referência.

Esse último cenário, contudo, não parece ser o quadro pintado no desfecho de “This Sorrowful Life” quando vemos Hershel, Glen e cia cientes da necessidade de não criar qualquer confronto naquele momento, além de testemunharmos a aparentemente conformada Michonne retornando à prisão (depois de estraçalhar mais alguns zumbis, claro) mesmo após ser traída e considerada como sacrifício aceitável pelo bem maior. Aliás, coube à dona da katana mais mortal do apocalipse, a curiosa tarefa de dar o choque de realidade que Merle há tanto se recusava a enxergar (“Você é só o cara que limpa a sujeira dos outros”, definiu ela), mas que rapidamente abraçou para encontrar uma rápida e tímida, porém não menos importante redenção.

Redenção esta que seria imediatamente interrompida por uma ação sádica do Governador (que ao matá-lo com um tiro no peito condenou-o instantaneamente a se tornar zumbi) e que só seria definitivamente encerrada sob as estocadas certeiras carregadas pelo misto de sentimentos confusos como raiva, emoção e alívio que Daryl experimenta a partir da certeza de ter se afastado, de uma vez por todas, da influência negativa que a sombra do irmão poderia lhe impor. Que o fim da temporada nos traga mais desses momentos e resgate o clima de urgência do início.

4star

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