quinta-feira, março 28 2024

Saiba o que esperar da série que pega carona nos filmes do psicopata Hannibal Lecter

Hannibal serieUma coisa fica absolutamente clara logo no início de Hannibal, série inspirada nos personagens criados por Thomas Harris que tornaram-se populares graças aos filmes estrelados por Anthony Hopkins e cia: ao contrário do que o título indica, o verdadeiro protagonista desta versão para televisão, pelo menos de acordo com o episódio piloto, não é o famoso psiquiatra e serial killer canibal, mas sim o agente do FBI, Will Graham. Interpretado com muita segurança pelo inglês Hugh Dancy, o Will Graham que surge na série é um homem excêntrico e totalmente avesso ao contato social (ele vive sozinho acompanhado apenas de cães que recolhe das ruas), mas extremamente competente no trabalho que desempenha traçando perfis comportamentais de assassinos violentos. Com um quê de Sherlock Holmes pela forma singular como observa e extrai detalhes da cena do crime – e aqui vale o registro pela opção curiosa feita pela série de usar recursos gráficos (com direito a muito sangue inclusive) para ilustrar a ação numa espécie de flashback sob o ponto de vista do próprio Graham -, o agente não demora muito para revelar-se como um sujeito consumido e atormentado pelo trabalho do qual tenta se desligar, mas não consegue.

Assim, quando o dr. Hannibal Lecter, feito com muita sutileza pelo dinamarquês Mads Mikkelsen (o Le Chifre de 007 Cassino Royale), surge já na metade do episódio deixando evidente para o público sua natureza obscura repleta de segredos “indigestos”, já sabemos que Will Graham é uma figura importante nos quadros do FBI, mas que precisa de orientação para não se perder. E é aí que entra Jack Crawford (Laurence Fishburne), chefe da equipe de ciência comportamental do bureau, responsável por fomentar a vaidade de Lecter (“Você é o melhor da sua área”, diz ele num primeiro encontro) e convencer o médico de hábitos refinados e fala mansa e calculada, a auxiliar Graham – que tem postura inicialmente arredia – em seu trabalho. O que Crawford não imagina é que ao colocar Hannibal como consultor especial daquela divisão do FBI, acaba dando para o canibal, sem saber, é claro, todo o acesso que ele jamais tivera aos bastidores de tudo que mais o fascina: a natureza selvagem e violenta dos crimes praticados por outros sociopatas.

Com texto enxuto do criador de Pushing Daisies, Bryan Fuller (que agora é produtor executivo da série), o roteiro valoriza as nuances dos personagens introduzidos e construídos com muita sobriedade (ainda que sem o mesmo impacto daqueles dos filmes, eu diria) e faz com que Hannibal chegue com uma proposta promissora em seu episódio piloto cujo título (“Apéritif” ou aperitivo em bom português) resume bem a noção deixada por estes primeiros momentos: a de que poderemos ter uma expansão relevante da relação estabelecida no cinema entre os personagens de Will Graham e Hannibal Lecter.

4star

Hannibal estreia nesta quinta-feira, 4 de abril nos EUA e chega ao Brasil já no dia 16 de abril às 22h através do canal AXN que promete exibir a série com áudio original e legendas.

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