quinta-feira, março 28 2024

Na última quarta 20 de maio, David Letterman fez o seu último Late Show após 33 anos no ar e 6.028 programas. O comediante, roteirista e produtor estreou o talk-show Late Night with David Letterman em 1982, que era exibido após o lendário The Tonight Show starring Johnny Carson na NBC. Ele ficou conhecido por seu Morning Show na NBC, programa de variedades cômico que durou poucos meses. Para todo mundo, Letterman era considerado o sucessor óbvio e natural de Johnny Carson no comando do Tonight Show. Mas um dos comediantes que frequentemente fazia stand-ups nos segmentos cômicos de Carson estava cada vez mais chamando a atenção do canal e ele era Jay Leno. Este arquitetou nos bastidores um plano para suceder Carson, forçando Letterman a mudar-se para a concorrente CBS e criar o seu Late Show with David Letterman. Leno novamente aprontaria uma dessa décadas depois com Conan O’Brien.

Dave sempre foi uma bola fora da curva no show-business, um inquieto e inconformado, constantemente quebrando paradigmas, convenções e conceitos do gênero. Ele não fazia pré-entrevistas com seus convidados, comandava todos os aspectos de seu show e acreditava no bom e velho papo. Letterman foi o último representante de sua geração nos talk-shows (Jay Leno e Craig Ferguson já se aposentaram) e agora vivemos a era dos “Jimmies” (Fallon, Kimmel, Corden) e do Conan, com suas hashtags, vídeos de internet, games e memes. É o que funciona hoje e é isso que as TVs precisam por no ar. Mas como “buddies” de celebridades que eles são, coisas como essa nunca irão mais acontecer espontaneamente:

Ou coisas como essa:

O último programa de Letterman sumarizou então a sua abordagem sempre clássica dos tradicionais talk-shows e encerrou sua trajetória de forma concisa, elegante e sóbria. Ele abriu seu último programa ovacionado pelo público, que se recusava a sentar, fez seu monólogo, relembrou alguns quadros marcantes e seguiu para a sua assinatura, o Top 10. E em vez de um enorme espetáculo com fogos e surpresas, ele trouxe 10 dos convidados mais frequentes e amigos para recitarem a última lista. Estavam lá Bill Murray, Tina Fey, Peyton Manning, Julia Louis-Dreyfus, Chris Rock, Jim Carrey, Jerry Seinfeld, Steve Martin, Barbara Walters e Alec Baldwin. Assista:

E foi isso. Dali Dave agradeceu sua família, fez uma belíssima homenagem a cada um de sua equipe, mostrou como era um dia comum no trabalho, desejou boa sorte a Stephen Colbert (que vai substituí-lo) e encerrou relembrando a cirurgia cardíaca da qual foi submetido em 2001 e ressaltou a importância que a música Everlong do Foo Fighters foi em sua recuperação. Por isso, a banda fechou o seu último programa com direito a uma emocionante montagem dos 33 anos de carreira de David Letterman, que deixou a TV melhor do que encontrou. Assista:

#ThanksDave

letterman

10 comments

  1. Danilo Gentili, sem dúvida alguma, é o futuro de modelo de talk show ao Brasil.

  2. Puta merda, o cara faz uma linda homenagem a uma das lendas da TV mundial e o sujeito vem falar dessa escória chamada Danilo Gentile???? PQP meu filho!!!!

  3. “Puta merda”? “Pqp meu fillho” e sem vírgula? “Gentile”? Dá para ver o nível intelectual do rapaz pela resposta e dá para ver o quanto ele entende de talk show… Tsc, tsc, tsc…

  4. “Letterman foi o último representante de sua geração nos talk-shows (Jay Leno e Craig Ferguson já se aposentaram) e agora vivemos a era dos “Jimmies” (Fallon, Kimmel, Corden) e do Conan, com suas hashtags, vídeos de internet, games e memes. É o que funciona hoje e é isso que as TVs precisam por no ar. Mas como “buddies” de celebridades que eles são, coisas como essa nunca irão mais acontecer espontaneamente.”

    Concordo quando você diz que, sem dúvida, Danilo Gentili é o futuro do modelo de apresentadores de talk show. No Brasil e no mundo. Esse texto exemplifica bem isso. Estamos vivendo na era dos apresentadores “amiguinhos” das celebridades. Jimmy Fallon é o maior exemplo disso, e constantemente o Danilo Gentili é comparado à ele. O resultado disso são entrevistas vazias, com piadas genéricas, prontas e por isso já antecipadas.

    Exemplos não faltam. Por várias vezes o Danilo Gentili já criticou o Silas Malafaia e a igreja evangélica (apesar de ser religioso) antes dele ir ao programa. Quando o Malafaia aceitou ir, a conversa parecia de amiguinhos. O Danilo ficou apreensivo, fez poucas perguntas contundentes, sem réplicas e ficou por isso mesmo. Devem até ter trocado telefones para saírem no fim de semana.

    Jair Bolsonaro é um outro exemplo. Além de várias frases polêmicas sobre os gays, mulheres, aborto, estupro e uma colega deputada, o deputado já se mostrou simpatizante da Ditadura Militar, algo inconstitucional. Como aconteceu com o Malafaia, o Danilo Gentili já criticou muito e na entrevista pareciam amigos de escola. Quando o Bolsonaro foi ao programa, foram feitas perguntas simples, algumas contundentes, mas sempre carregadas de humor barato, para “amaciar” o golpe.

    Essas duas entrevistas viraram campanha pessoal (Malafaia e Bolsonaro) e política (Bolsonaro). Esse tipo de entrevistador é tão descartável quanto plástico. Existem aos montes.

  5. É meio triste, senão desesperador, entrar num post com uma homenagem a um dos maiores ícones da TV mundial e vê-lo comparado com o traste humano que é Danilo Gentilli.

    Compare-o com outros do mesmo calibre. Nem Jô Soares merece citação.

  6. Concordo com você Davi. Danilo Gentili tem tudo para ser um grande nome como o de Dave. As pessoas que costumeiramente criticam o Gentili é apenas pelo fato dele não fazer o politicamente correto insuportável que está instalado no Brasil.

  7. As pessoas reclamam dele justamente pelo contrário. Ele é um dos apresentadores de talk show mais coxinha que existe. Sempre com medo de fazer perguntas contundentes aos entrevistados. As entrevistas dele com o Silas Malafaia e o Bolsonaro são uma piada. Ele tava com tanto medo deles, que colocou o rabo entre as pernas e não uma pergunta boa. Pareciam até amiguinhos. Logo o Gentili, que já criticou bastante os dois…

    Antigamente ele era outra pessoa. Tinha humor ácido e pesado. Jogava sal na ferida de todo mundo. Igual o Rafinha fazia. Da mesma forma como o Rafinha, quando pegaram um talk show para apresentar, viraram coxinhas politicamente corretos de marca maior. Viraram um Jô Soares da vida. Amiguinhos das celebridades.

    Estamos vivendo na era dos apresentadores de talk show “amiguinhos” das celebridades.

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