[com spoilers dos episódios 1×01 e 1×02] A TNT americana estreou na semana passada Dallas, drama que é uma espécie de continuação de uma novela homônima exibida do final da década de 70 até o início dos anos 90 no canal CBS americano. Ela segue na história da família Ewing, uma “dinastia” do petróleo do estado do Texas. A trama foi de certa forma atualizada: o famoso rancho Southfork virou uma área de proteção ambiental em virtude do desejo da falecida matriarca Ellie Ewing, e agora está sob a condução de Bobby Ewing (o filho mais novo da versão original). E enquanto o primogênito deste, Chris Ewing, busca formas alternativas de energia, seu sobrinho (e rival) John Ross viola a cláusula testamentária estipulada pela velha e volta a perfurar na propriedade em busca de petróleo. Ah, e os dois também brigam pela mesma mulher. O reboot traz consigo a forma mais preguiçosa de se fazer TV hoje em dia: além de reciclar histórias e personagens, é estruturada no formato novelesco, com uma edição pobre, atuações lineares e uma dose cavalar de diálogos expositivos (característicos por mastigar a série para o espectador).
Assim, é muito fácil identificar logo de cara o mocinho do vilão, os casais e triângulos amorosos que vão se formar e por aí vai, já que o roteiro se esforça para ser o mais óbvio possível. A série também não se importa em fazer sentido quando, por exemplo, mostra um encontro “surpresa” que, sem o menor propósito narrativo, ocorre bem no meio do gramado do estádio de futebol americano do Dallas Cowboys. Tudo para falar: “olha, nós somos a série Dallas e estamos no estádio do principal time de… Dallas!” Além disso, o desenvolvimento dos dois longos capítulos de estreia (exibidos em sequência nos EUA, mas não no Brasil pela Warner) foram arrastados e repletos de cafonice televisiva, desde o excesso de enquadramentos em primeiro plano, a trilha óbvia (note os acordes altos quando há uma “traição” revelada) até a maquiagem e iluminação estouradas, não deixando nada a desejar aos “melhores” dramalhões mexicanos da década de 90. As tais “reviravoltas”, então, ocorrem por ocorrer, do tipo a compradora secreta do terreno, a mando do velho J.R., também conhece o filho e este finge não saber. “Oh, que drama!” Não há construção de roteiros, personagens complexos ou sequer um recurso narrativo relevante para contar a batida história.
Dallas é apenas uma novela americana (que merecia ser exibida em daytime) em formato seriado, e só. Não traz nenhuma novidade seja na forma, estilo ou no conteúdo. Pra quem gosta de coisas bregas é uma ótima pedida, com direito a sonífero na bolsa pra virar no copo de whisky (a vilã aparentemente não tinha 2 episódios de Dallas disponíveis). Se for continuar assistindo, atualize-se com a árvore da família Ewing.
Achei muito legal. Não vi nada da série original, mas acho que vou acompanhar essa.
Bem isso
Gente tenho qe discordar, gostei mesmo dessa série! Ficou muito boa nessa nova versão!
Dallas não é a continuação de uma novela, é a continuação de um seriado homônimo, que foi sucesso por 14 anos nos EUA. Embora tenha vários elementos das novelas mexicanas (e brasileiras, por que não), é bem diferente das soap operas americanas.
Gostei bastante, tem um clima bem parecido com a versão original. E claro, por ser novelão mesmo, tem muita dicotomia entre o bonzinho e o vilão, tem esteriótipos e muita coisa acontecendo ao mesmo tempo.
De vez em quando é bom sair dos roteiros complexos que, claramente, são a preferência do autor do texto, e assistir um seriado só para se divertir (inclusive dos absurdos e dos clichês). O que não significa que não seja bom, também.
E mais uma correçãozinha: não é um reboot, como tem no texo, é a continuação da história.
Acho que foi a crítica mais precipitada que já li no Ligado em Série. A série não é perfeita, mas não dá pra se esperar uma Breaking Bad saindo todo dia. Achei a maioria das atuações bem ruinzinhas, mas tem elementos na série que podem cativar e motivar a ver alguns episódios ainda. Sem mais.
A crítica só seria precipitada se fosse feita antes dos episódios. No caso, foi depois. Não estou comentando a nova série inteira, apenas os 2 primeiros episódios. Sem mais.
É bem novelão mesmo.
Tbm não gostei, tentei conferir por causa dos muitos comentários positivos, mas não aguentei a lenga lenga.
Avenida Brasil tá melhor.
Dallas marcou uma geraçao , foi sucesso meus filhos se criaram assistindo Dallas tanto q foi sucesso por 14 anos , poucos personagens foram tao marcantes quanto JR , q bom q ele esta de volta , e a abertura esta melhor q a anterior , eh hora de curtir essa serie mto boa..
Também concordo que a crítica foi precipitada.Por mais que tenha sido feita após a estréia,acredito que o último parágrafo (principalmente) o autor da resenha acabou sintetizando a série como um todo,independente do episódio.
Pelo que vi nos comentários o pessoa discorda geral. Inclusive eu. Concordo com todos os pontos que você citou, Bruno, mas não com o cunho negativo. Afinal TODAS estas características podem ser aplicadas a séries que vão de True Blood e Game of Thrones até várias outras verdadeiramente boas.
Pura precipitação de pessoas que não vivenciaram a origem de tudo….. será que é melhor permanecer ocupando nosso precioso tempo com as culturas inúteis como futebol, pagodes e essas futilidades que impregnaram nossa TV ou assistir a um seriado da categoria do Dallas?????
O propósito do estádio era simbolizar o jogo de poder dos personagens, isso ficou óbvio para quem conhece Dallas e para quem conhece estrutura narrativa. Eu discordo completamente do autor desta crítica, Dallas está muito bem elaborada e fiel ao velho seriado, conseguiram captar o espírito e adaptá-lo ao século vinte e um.
A melhor prova disso é que recebeu boas críticas nos EUA e conquistou boa audiência, inclusive atraindo os jovens. Dallas lida com temas universais como disputas de família e de negócios, traição, corrupção, intrigas, manipulações típicas de pessoas sedentas de poder e também mostra pessoas boas tentando fazer a coisa certa nessa selva dos negócios.