quinta-feira, março 14 2024

Zumbis. Eles não surgiram do nada, não saíram da cabeça de um único autor que resolveu criar uma criatura primitiva e violenta que deseja comer cérebros. Sua história é mais antiga, mais sorrateira. Ela começa em contos sombrios, em mitos e folclores que retratam demônios que se alimentam de carne humana. No século XIX, a sua história se torna mais verossímil, com o monstro descrito por Mary Shelley em Frankenstein. No lugar de entidades vindas do inferno, temos um ser humano (na verdade, vários pedaços de humanos diferentes) que volta à vida através da ciência. Depois disso, eles começam a tomar características mais conhecidas nos livros de H.P. Lovecraft e no filme White Zombie, de 1932. Embora vários outros contos e longas já englobassem sua mitologia nessa época, foi em 1968 com George A. Romero, que os zumbis fizeram sucesso e viraram um marco na cultura popular. A partir de então, foi criada uma vasta linha variada de zumbis, seja nos livros de Stephen King, nos jogos de videogame de The House of the Dead ou nos filmes estilo Extermínio.

É zumbi lento, zumbi rápido, zumbi resultado de feitiço, zumbi criado por um vírus, zumbi geneticamente modificado, zumbi na era vitoriana, zumbi dançarino, que não tolera luz e até… zumbi que brilha no sol? Não, ainda bem que nunca ousaram criar tal obscenidade. Embora vários filmes, livros e jogos tenham sido criados em cima de tal conceito, nunca foi produzida uma série de TV. Claro, já tivemos zumbis aparecendo em episódios de vários seriados, como Arquivo XBuffy e Medium. Também já tivemos os mortos-vivos em uma minissérie britânica chamada Dead Set, mas nada de série propriamente dita. Isso muda no final do ano, com a estreia de The Walking Dead. Baseada nas HQs criadas por Robert Kirkman e lançadas em 2003, teremos uma produção para a TV centrada em personagens tentando sobreviver em um ambiente dominado por zumbis. E o interessante de uma série é que será possível desenvolver uma mitologia, algo que os filmes geralmente não podem fazer devido à sua duração limitada. O efeito de um apocalipse gera reações diferentes em cada indivíduo, e é essa transformação de personalidade que poderemos acompanhar a cada episódio; além de zumbis famintos atacando qualquer um que cruzar seu caminho.

Diferente do que muitos pensam, The Walking Dead não será um seriado de terror sobre zumbis comendo pessoas, mas sim terá uma narrativa dramática sobre a luta de indivíduos tentando se adaptar a uma nova realidade. O que acontece quando se remove a lei e o governo de uma sociedade, a qual agora vive com medo constante? Pois é o que iremos descobrir nesse novo projeto do canal AMC, também responsável por Mad Men e Breaking Bad, com estreia prevista para Outubro nos EUA (sem previsão para o Brasil).

Colaborou a colega Camila Picheth do Serial Cookies.

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