quinta-feira, março 28 2024

Em 2011 a Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood confirmou o que muitos especialistas da indústria do entretenimento afirmam há anos: não há seriedade na maioria dos votantes. Famosos por aceitar “presentinhos” de estúdios e até mesmo indicar astros e estrelas que confirmariam presença no jantar de gala, os membros da HFPA viraram chacota até do apresentador que os próprios contrataram, Ricky Gervais, que foi o ponto alto da noite. Se não fossem suas piadas ácidas, as mais de 3 horas de premiação teriam sido absolutamente intragáveis. Foi indesculpável a exaltação, pela segunda vez consecutiva, a Glee, uma produção medíocre em todos os sentidos: como musical ela fracassa, pois é notória no uso descontrolado do Auto-Tune, uma ferramenta de áudio para correção digital de desafinos e, como comédia sequer passa, pois simplesmente não faz rir. Seu roteiro é pueril e limitado, mas isso não impediu que a maioria dos membros votassem em peso para coroar esta como “A Melhor Série de Comédia ou Musical de 2010”. Simplesmente não é.

Qualquer espectador (nem tão assíduo) de TV sabe que entre os indicados Gleenão era a melhor. Vários fãs da atração, inclusive, relataram isso no Twitter durante a transmissão. Muitos dizem que a categoria é “ou Musical” e que por isso ela leva, mas isso denota o quão estúpidos são os critérios de seleção e indicação, já que esta é a única representante do gênero. Aliás, a lista de indicados parecia mais uma peneira de tantos nomes importantes que faltaram ali. Ora, onde estava o pessoal de Community? Fringe? Damages? Grey’s Anatomy? Chris Colfer como melhor ator coaduvante? Laura Linney como melhor atriz? Por favor. Os membros da HFPA não conhecem TV. Votam com base em clipes e brindes “Para Sua Consideração” (FYC) e tenho certeza de que a maioria sequer acompanha aquelas séries ou atores que votaram para ganhar. O Globo de Ouro cada vez mais perde sua importância, seja como uma premiação de respeito ou como termômetro para os prêmios Oscar e Emmy. Jim Parsons e Katey Sagal foram as exceções da noite, assim como a impagável infâmia de Ricky Gervais. Que venha o Emmy!

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