quinta-feira, março 28 2024

Eu demorei para iniciar a minha jornada em Breaking Bad e a cada episódio que assisti numa maratona que fiz ano passado constatei o quando isso foi imperdoável da minha parte. O drama conta a intrigante história de Walter White, um professor de química residente no interior árido do Novo México que, cercado de problemas e frustrações (falta de dinheiro, filho deficiente e um recém descoberto câncer pulmonar avançado), acaba utilizando seus conhecimentos para a produção caseira de metaanfetamina cristalizada junto a um ex-aluno seu, o marginal Jesse Pinkman. Mas a premissa da série e seus episódios iniciais apenas arranham a superfície desta narrativa profunda, incrivelmente densa e (perdoe o trocadilho) viciante.

Breaking Bad é crua e pungente. Através das desventuras do protagonista, um sujeito desesperado e perdido, o drama percorre o submundo do crime organizado e das drogas como nenhuma outra produção atual tem a audácia de fazer. Sob o pretexto de ter virado um produtor e traficante para deixar sua família atendida após sua morte, Walter cruza a tela como uma figura estranhamente complexa, incapaz de aceitar a caridade alheia por puro orgulho, sem ter, contudo, problema algum em matar, mentir e enganar sua família de forma reiterada. E é aqui que entra a competência do ator Bryan Cranston (vencedor do Emmy que tanto xinguei quando ele tirou o trofeu das mãos de Michael C. Hall), que não apenas consegue extrair o melhor do desprezível Walter, como ainda nos faz torcer incondicionalmente por ele, mesmo quando suas atitudes beiram o inaceitável e o inacreditável.

Walter, no fim das contas, personifica o sujeito de classe média completamente estupefato dos golpes da vida. Breaking Bad é uma série sobre ações, omissões e suas respectivas e inevitáveis consequências. Cada episódio avança significativamente numa trama que fica cada vez mais sombria e intrigante (os cliffhangers, então, são um espetáculo à parte). Vince Gilligam criou algo único, uma história bem contada, bem amarrada e com personagens – todas elas – indispensáveis (Skylar, Hank, Walter Jr., Jesse, Saul etc.). Assitir às 3 temporadas (e de uma vez, como fiz) foi um exercício quase extenuante, tamanha a tensão que é construída e elevada capítulo após capítulo. Se você ainda não assiste este excelente drama, corra atrás! A 3ª temporada encerrou-se com um final estupendo e arrebatador e o 4º ano estreia no próximo dia 17 de Julho nos EUA. Este é mais um drama obrigatório em qualquer lista de excelentes séries.

10 comments

  1. Belo texto Bruno. Parabéns! Descreveu muito bem Breaking Bad.

    Mais 1 ano esperando a 4ª temporada e enfim será no mês que vem. A única série atual que me deixa louco.

  2. Melhor série atualmente. Vi todos os episódios e já tô com saudade do clima da série e dos personagens. O Jesse parece uma pessoa de verdade. Aliás, todos os personagens são bem construídos. Isso é essencial.

  3. Eu considero BB a melhor série atual da TV. Minha mulher começou a assitir e viciou, já está no meio da terceira temporada, zonza com o desenrolar da história.

  4. Comecei a assistir assim que “estreou” no AXN. Acompanhei a 1ª e o início da 2ª por lá, mas depois não aguentei de ansiedade e usei o velho método!
    Sem dúvida série das melhores atuais!

  5. Começei a 1ª temporada há três dias. Me surpreendi. Apesar de todos elogios que li em relação a série, não esperava por episódios tão bons. Só vi 3 por enquanto e mal posso esperar pra ver os próximos.

  6. Grande seriado e Jesse é um dos melhores personagens da atualidade… ele é covarde, corajoso, burro, inteligente, amigo, traíra… muito complexo! Volta logo BB

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