quinta-feira, março 28 2024

Por Davi Garcia

[com spoilers do episódio 1×02] No encerramento do texto em que elogiei o Piloto de Touch, eu disse que acompanharia a sequência da série para descobrir se ela era mais que uma promessa ou só outra boa ideia que seu criador estragaria. Pois bem, alguns dias se passaram, o 2º episódio veio e o que era dúvida já virou certeza: é mais fácil 1+1 dar 3 do que Tim Kring conseguir escapar da sina de pegar uma premissa curiosa e detoná-la num festival de equívocos como já fizera anteriormente com Heroes. A diferença de Touch para aquela série, é que na finada aventura de heróis e vilões improváveis, o barco só começou a afundar depois de 20 e tantos episódios, enquanto nessa nova iniciativa, o naufrágio iminente parece se revelar bem mais cedo por conta de uma uma narrativa frágil que expõe uma trama que tenta ser complexa, mas que no fim é só exagerada demais para ser levada minimamente a sério. Nesse contexto, diálogos ruins (“ele enxerga o universo e a dor(!) nos números” Oi?), performances rasteiras e personagens caricaturais (vide o Arthur Teller de Danny Glover que parece representar apenas a figura clichê daquele senhor sábio) tampouco ajudam a conferir alguma dimensão maior ao suposto dom do garoto Jake e os esforços de seu pai, feito por Sutherland, para entendê-lo. Some-se ainda o fato das histórias que se cruzam neste episódio apresentarem argumentos pouco interessantes como o da aeromoça aparentemente fútil que de repente resolve ajudar um desconhecido ou mesmo uma ‘reviravolta’ boba como aquela do mafioso que se sensibiliza de uma hora para outra e temos o resumo da ópera para Touch: uma série que força muito e consegue pouco. Dito isso, provavelmente verei mais um ou dois episódios da série, mas dada a decepção deixada por este episódio, a intenção de abandoná-la logo já é grande.

Outras observações:

– Em dado momento do episódio, a assistente social abre uma porta e vê uma luz forte. Para que serviu aquela cena, afinal?

– A reunião de Sutherland com Jude Ciccolella, seu ex-colega de 24, merecia cenas melhores que aquelas na loja e na ponte, não?

– Cá entre nós. Será que é muito caro arrumar um cachorro como aquele que já vém com GPS instalado? Sim, porque só isso explica o fato do animal ter saído do movimentado aeroporto JFK e passeado pelas ruas de Nova York como se estivesse no quintal de casa.

– Aliás, por falar em exageros,  que tal a menina russa de 10/12 anos que sabia exatamente quem era Tony Soprano? Precoce ela, não?

29 comments

  1. Foi complicado esse episódio. Eu tenho trauma de Heroes por ter cometido o erro de acompanhar até o final e não pretendo errar novamente, então já mandei Touch para o lugar chamado “lixeira”.

    Para mim tiveram cenas bizarras demais nesse episódio, mas sem dúvidas a que ganhou o prêmio foi a que o cachorro aparece DO NADA em sei lá qual andar daquele prédio. Realmente, queria saber também quanto custa um com GPS de fábrica. É por coisas assim que meu sensor anti Tim-Kring dispara loucamente e eu já desisti da série, além de claro, a trama claramente não vai conseguir se sustentar. Esse episódio foi igual ao piloto, só que conseguiram piorar demais tudo.

    Quem vai ficar eu desejo boa sorte, pois me baseando na minha experiência com Heroes digo que vocês precisarão de muita sorte, muita paciência e muito pouco amor próprio.

  2. Concordo com a sua review. O episódio frustrou, foi fraco com histórias desinteressantes.

    Vou talvez assistir mais um dois episódios antes de parar completamente de assistir (caso a qualidade não melhore).

  3. A impressão que tive ao ver o piloto foi que todas as boas ideias tinham sido usadas ali. As histórias paralelas foram tocantes, as coincidências não pareciam tão forçadas e causavam um certo impacto até (não esqueço do pai vendo as fotos perdidas da filha nos telões em Tóquio, ou o garoto-bomba).
    Foi bacana, mas ficou aquela dúvida: como é que vão levar isso a frente? O roteiro não deu nenhuma pista de como a história ia se desenrolar nos episódios seguintes. E o medo que eu tive foi de eles não terem um argumento forte pra se justificarem.
    Acho que o fator surpresa foi fundamental no piloto, e quando assisti o segundo episódio eu estava curiosa pra saber quais seriam as “vidas que seriam tocadas”. Foi tudo tão ridiculamente previsível que eu acabei rindo, foi inevitável. Olha, pode ser que eu seja cínica demais e não acredite na bondade do ser humano e tudo mais. Mas aquela cena do mafioso tendo uma epifania por causa da ligação do filho e deixando seu devedor livre, foi impossível de engolir.
    Se até o quinto a coisa não melhorar, vou dropar também.

  4. Nessa vou ter de discordar com todos. Apesar de conhecer a experiência de Heroes, que abandonei logo que vi que nada ali tinha consistência, acho que Touch realmente tem um argumento interessantíssimo. Toda o ceticismo de vocês (Davi e quem comentou antes de mim) a respeito do mafioso, do cachorro etc. pode ser deixado de lado se “embarcarmos” no elemento fictício da série, que é apenas um: o garoto que é capaz de prever tudo e tal. Se assim é (se ele pode prever todas as interconexões dos fatos), é plausível que tudo levaria a que o mafioso se retratasse e o cachorro aparece na hora e lugar corretos. Vocês estão vendo a série esquecendo que TUDO nela tem uma raiz comum que é o fato nada verossímil da capacidade de previsão do guri. Ora, se vocês não aceitam essa premissa, então nada faz sentido.
    Agora, se aceitam, tudo faz sentido! Achei mto bem construída a história e intrigante a estrutura (que, ao que parece, é o que continuará nos episódios seguintes). Para mim, é cativante iniciar o episódio vendo personagens absolutamente desconexos, aos poucos, se ligarem.
    Fora isso, também discordo do que disseram a respeito do futuro da série. Só o fato de o “filho do Jack Bauer” (realmente não sei o nome do guri…) não falar e não aceitar o toque já me dão uma prévia dos possíveis excelentes episódios que podem ser feitos no dia em que o guri resolver falar e no dia em que ele deixar ser tocado… É, definitivamente, uma série que me “tocou”.

  5. Engraçado que Tim Kring apontou como um dos equívocos de Heroes, a continuidade forçada dos personagens de uma temporada para a outra. A intenção dele era fazer com que cada temporada fosse uma história diferente. Em Touch ele conseguiu a liberdade de fazer cada episódio diferente do outro, e mesmo assim, já fez besteira no segundo!

    Quero dar mais algum tempo pra ver se esse foi apenas um episódio pra se esquecer ou se será o tom adotado daqui por diante.

  6. Só falo uma coisa:
    Joaquim Basso, você já é meu BFF. queria te dar um abraço!

    Gosto e respeito os comentários do Davi desde LOST, mas essa serie nao me desapontou em nada.
    E que venham mais episodios.

  7. Joaquim, entendo o que você quis dizer. Mas é algo que não consigo aceitar, por mais boa vontade que eu tenha em relação à série, que parte de uma premissa realmente interessante no fim das contas. Veja bem, pouco importa se o garoto autista influenciando vidas ao redor do mundo é um elemento fantasioso ou não. É o desencadeamento dos fatos que tem que que ser verossímil, não a premissa. Isso significa que não podemos encarar furos de roteiro e forçações de barra como possíveis, simplesmente porque, no fim das contas, temos um garoto autista que pode prever o futuro! Se fosse assim, os erros de todos os filmes de ficção estariam perdoados, porque no fim das contas, é tudo ficção.
    Mas entendo que você prefira ver os acontecimentos como parte do universo da série. Tudo bem, deve ser uma questão pessoal, porque eu simplesmente não consigo. Pelo menos, não nesse segundo episódio. No piloto tivemos aqueles pais cujas únicas fotos da filha estavam em um celular. Inevitavelmente me peguntei “por que eles não tinham câmera em casa?”. Era uma criança, e geralmente se tiram muitas fotos de crianças, especialmente quando são filhas únicas. Mas o roteiro me fez esquecer por um momento do senso comum, porque vi a dor dos pais e aquele momento tocante em Tóquio, e mesmo não sabendo os motivos, achei verossímil que aquelas fossem as únicas recordações da falecida filha daquele homem.
    Mas não vi nada disso no segundo episódio. Toda vez que eu tentava “embarcar” o próprio roteiro me chutava pra fora, me fazendo pensar “não, isso não pode”. Por que a ligação do filho fez o mafioso aparentemente impiedoso desistir de seu ato? Como aquele cachorro atravessou a cidade pra chegar na ponte? Nada foi minimamente justificado, foi simplesmente jogado na minha cara e eu não consegui engolir.
    Enfim, vou assistir mais uns três episódios porque concordo contigo, há muito o que ser contado e pode ser feito de maneira excelente. E espero que seja mesmo.

  8. Olá

    Não Gostei deste episódio. Ao que parece a direção, roteiro e etc do piloto foi completamente diferente do segundo episódio.

    Mafioso, ou agiota, ou banco ou cartão de credito não perdoa dívida de ninguém Nunca foi assim e nunca vai ser. Fazer isso deixou a série com cara de Novela das 6 do SBT.

    Eu tenho paciência grande, tanto que assisti a Alcatraz e Witney até o final.

    Mas cravo desde já que esta série se não melhorar e chegar no nível do Piloto, mais um cancelamento a vista.

    Achei também que uma estrela para este episódio foi muito, meia estrela seria o ideal.

  9. Se no lugar do nome do Tim Kring estivesse escrito”dos mesmos criadores de Community” estariam dizendo que a série é genial.

  10. Embora o 2º ep tenha sido fraco, no que diz respeito aos “enlaces”, vou dar um voto de confiança e seguir assistindo, tal como fiz com Alcatraz que teve seus 2 eps. finais da 1ª temporada muito bons.

  11. Eu já asissti o terceiro e posso dizer que não tem nada de cachorro voador ou algo do gênero. Eu entendo que o cachorro apareceu nas horas certas nos lugares certos segundo as previsões do menino. Mas o bizarro é ele ter ido de um lugar ao outro em 1 dia, EM NY, não é qualquer cidade, além disso, como a Becca não conseguiria ter pêgo ele? Isso eu achei estranho.

    Mas eu concordo totalmente que a série tem futuro sim, vendo a promo do 1×04, eu vi que eles não vao simplismente nao dar mais bola para os casos que já passaram, O ENREDO TERÁ CONTINUIDADE, e é aí que eu ainda tenho esperança de que a série pode sim melhorar muito.

    Eu já estou gostando dela, e se ela passar de procedural para uma coisa mais sólida eu vou amar. Já me conectei com todos os personagens. Gosto muito de todos e ach oque é a chance que o Tim Kring tem para não fazer feio como Heroes.

  12. é impressionante fazer um julgamento de uma série com apenas dois episódios,é nítida a má vontade com a série por ser de autora de Tim Kring,esperem um pouco mais antes de fazer um julgamento precipitado,acompanho seus comentários e a impressão q eu tenho é q a tv americana se resume a community,fringe e breaking bad,nunca vi um comentário sobre ncis,the mentalist e os três csi,não gostam de séries policiais ? enfim isso é apenas uma crítica construtiva,abraços.

  13. Li a sua critica e sou um blogueiro pontual neste site mas desde já deixo a minha crítica em relação ao que acabou de escrever. A serie esta fraca no sentido do desenvolvimento da historia, mas estava a espera do que no seu segundo episódio?? queria que já fosse com LOST ou como DEXTER?? tenha calma e veja o resto da serie, se gosta tudo bem mas se não gosta não faça uma critica tão forte aos episódios pois esta a desmotivar algumas pessoas. Na minha opinião você não gosta é do Produtor, tal como eu também não gosto depois do que ele fez aos Heroes mas mesmo assim ele merece uma segunda oportunidade e não Critica-lo logo no segundo ou 3 episódio da serie. Falar é fácil mas ser produtor é muito FODA

  14. Acabei de ver o terceiro episódio, e estou aliviada em ver o ritmo da história voltar ao nível do piloto. Tive a impressão de que o segundo episódio foi dispensável, acho que se a pessoa quiser pular ele quando começar a assistir não vai ter o menor problema. Enfim, vou continuar acompanhando e torcendo para que a série mantenha o nível e se supere, se possível. Tem meu voto de confiança por enquanto.

  15. Concordo com tudo em uma review desse blog pela primeira vez!!
    Mas o que mais me irrita, é o garoto ser tão inteligente e não falar, e desculpa seria do altismo, mas já foi demonstrado que ele é muito mais do que um altista.
    Vou assistir mais um episódio, se for outra droga, abandono, assim como foi com Heros.

  16. Pois é eu não entendi o porque da critica tão forte apenas no segundo episódio, é como se alguem criticasse um blogueiro que escreveu apenas dois textos.
    Vi ontem a noite o segundo episódio com a esposa e ela gostou também, não foi genial como o primeiro, mas foi feito em cima da premissa de que tudo esta ligado, e se tudo esta ligado e o guri vê tudo, então é obvio que é normal o cachorro estar ali na hora certa.

  17. Kari, você falou tudo que eu imagino! o 2º episódio é totalmente dispensável, eu adorei o piloto e vi que o 3º tá pegando o mesmo ritmo, bem, só espero que ela não entre em decadência, pois tem tudo para dar certo.

  18. Bem… é evidentes, estatisticamente falando, que o 2º episódio foi mto fraco, considerando o impacto do piloto. Eu tbm senti como um ‘balde de água fria’ qdo assisti este 2º episódio. Mas, sou da opinião dos mais ‘relax’, que opinaram aqui, que ainda é mto cedo pra condenar a série… O 1º episódio me ‘tocou’ mto (desculpem o trocadilho – rs – é inevitável mesmo – rs), e por causa dele e do Kiffer – do qual sou fã pelo 24 H, vou continuar acompanhando até o fim da temporada, pois o argumento é mto bom e pode gerar episódios tão bons qto o piloto. As perspectivas ainda são boas, principalmente, considerando a opinião dos que já assistiram o 3º episódio e opinaram que faz jus ao piloto. Eu ainda estou ‘dentro’…

  19. Concordo, acho que a série está se perdendo. Não tem graça nenhuma e o desenvolvimento é bem rasteiro.

    Observação: meu filho tem 8 anos e sabe muito bem quem é Tony Soprano.

  20. Complementando:

    O terceiro episodio também foi bem fraco, estou começando o quarto, mas só porque já tinha baixado ele. Vamos ver o que dá.

    Só não entendo a má vontade de todos com o Tim Kring só por causa de Heroes. JJ Abrams já produziu mais coisa ruim do que boa e todos só lembram das boas.

  21. Mas aí é que tá. O JJ já fez coisas boas (e ainda faz), já o Tim Kring…

  22. Bem, concordo com a maioria, vamos com calma … Embora, não tão forte quanto a estréia, o segundo deu uma continuidade, acho que necessária a série.
    Respondendo, com a minha interpretação, a algumas perguntas no ar:
    1. Assistente Social abrindo porta e luz forte: justifica como o menino autista saiu daquele ambiente facilmente, pois alem da luz forte percebemos um som típico de uma porta para saída para uma rua movimentada.
    2. Realmente aparecer um outro personagem do 24hs nesta série foi mal !! Poderia ser tanta gente, ou mais p/ frente como homenagem ao 24hs. Mas, agora, logo de cara, achei muito mal planejado …
    3. Bem, como alguns colegas já falaram, o cachorro foi um recurso do trama para deslocar os personagens pela cidade e fazer a devida conexão.
    4. Não sei não, mas acho que essa menina irá aparecer mais vezes na série. Pois, já vi que vai aparecer uma mulher que também tem uma menina com a mesma caracteristica do menino autista, e que eles vão se relacionar. Essa menina apareceu do nada e sabendo muito !!!
    CONCLUSÃO: apaixonado pelo 24hs, ainda vou dar créditos a esta série (por enquanto …) !!

  23. Bom, pra mim a série trata de ‘conhecidências’ que ninguém está atento ao dia a dia. Sinceramente, gostaria que ela fosse em frente, pois esta séria é um frescor para a falta de conciência, de amor que temos sobre o próximo ou sobre nós mesmos. Infelizmente acho que não vinga, pois o mundo se tornou ‘realista’ , pessimista ou simplismente frio demais.

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