quinta-feira, abril 18 2024

[com spoilers do ep. 2×13] Quando escrevi sobre a estreia de The Killing em abril de 2011, destaquei o fato da série ter surgido como um thriller instigante por conta do quebra-cabeças que sugeria e pelos personagens complexos que trazia. Na ocasião, comentei também sobre a dúvida natural que rondaria a série ao longo de sua trajetória: ela se sustentaria mais por surpresas genuinamente plausíveis ou por reviravoltas que impressionam, mas que posteriormente se desmontam pela falta de lógica. Desde então, o que vimos foi uma série policial fungindo do padrão e sendo elogiada por conta disso, mas que também sofreu críticas severas por parte daqueles que acharam um completo absurdo o fato da 1ª temporada ter se encerrado sem responder a grande questão da série: quem matou Rosie Larsen?

Vinte e seis longos e chuvosos dias depois (dentro da série, claro), enfim descobrimos quem matou Rosie Larsen. A resolução que revelou não um, mas dois personagens como responsáveis pela morte da garota, rendeu ainda um desfecho marcante refletido, por exemplo, na cena em que vemos as reações distintas de Stan e Mitch (os ótimos Brent Sexton e Michelle Forbes) ao descobrirem o envolvimento direto de Terry no caso e na outra que mostra a família Larsen se ‘despedindo’ de Rosie através de um vídeo feito pela garota.

Nisso, se por um lado as circunstâncias e as motivações que culminaram no assassinato de Rosie foram diferentes daquele cenário que imaginei no post feito há pouco mais de um mês, por outro elas confirmaram o palpite que dei na ocasião apontando que Terry teria relação com a morte da sobrinha, o que, claro, acabou rendendo, para mim particularmente, um gostinho especial a mais que se soma à experiência de ter acompanhado uma jornada que foi tão envolvente quanto irregular nas muitas idas e vindas da investigação.

Assim, se os méritos desse season finale não apagam os tropeços que a série deu ao longo do percurso (para que serviu toda aquela história do Beau Soleil, incluindo a relação de Richmond com o serviço, e dos mafiosos, que nem ligação com os políticos tinham, no arco principal, afinal?), tampouco tiram de The Killing a certeza de que ela trouxe sim algo novo pro gênero na TV americana, além de concluir satisfatoriamente o caso que consumiu física e mentalmente alguns daqueles fascinantes personagens (vide Sarah Linden e os Larsen, obviamente) de forma eficiente e coerente frente (quase) tudo que vimos no decorrer desses 26 episódios.

Em tempo, o AMC ainda não se pronunciou sobre a renovação ou não da série para a 3ª temporada, mas eu gostaria muito de pensar que a cena em que Sarah sai do carro logo após a ligação que Holder recebe dizendo que um corpo foi encontrado próximo ao aeroporto, tenha sido apenas um até logo da personagem e da série.

13 comments

  1. Gostei muito da resolução e de como ela foi apresentada. A cena entre Terry, Mitch, Stan, Holden e Linden foi de arrepiar e o vídeo da Rosie ao final foi emocionante.

    Porém, apesar do fim satisfatório (e desta 2ª temporada muito boa), eu espero que não renovem a série. Não vejo necessidade de outro caso. O final desta temporada funciona muito bem como series finale. Além disso, a audiência não está lá grande coisa.

  2. Ótimo texto, concordo demais!

    Sempre gostei de The Killing, desde o primeiro episódio, mesmo quando todos reclamavam da lentidão. É muito bom ver uma série em que nada se resolve fácil, em que os erros da polícia são mostrados e que as soluções não são milagrosas e não dependem de uma habilidade extraordinária de um heroi que pode tudo. Faltava algo que explorasse tão a fundo os sentimentos da família, dos policiais e até mesmo dos políticos, que a priori não tinham muito a ver com a história.

    Fui um dos únicos do mundo a ficar feliz por não terem revelado o mistério ao fim da primeira temporada, e ter tido mais 13 episódios da sempre ótima série.

    O final não foi diferente: emocionante, profundo e claro, deixando a vontade de que a série continue para mais temporadas.

  3. Espero que tenha outra temporada, adoro o Holder!
    Tb não desisti da série, ainda a acho fodástica e percebam que deixaram não um mas dois plots para a próxima temporada: a primeira, obviamente, é o corpo encontrado no lago, a segunda é o encontro extremamente suspeito entre Richmond, Jackson e Ames, dando a entender que o caso de Rosie ainda não acabou!
    Torço muito por The Killing, espero que renovem, é a melhor série de plots twist que eu já vi!

  4. “e dos mafiosos, que nem ligação com os políticos tinham”

    Pra mim eles tiveram influencia direta no que aconteceu, já que Janek trabalhava pro Ames (o que o liga indiretamente aos candidatos), e foi graças ao imprevisto com um capanga dele que o trio teve que se encontrar no cassino aquela noite.
    Fora que a relação com a máfia serviu pra desenvolver o Stan.

  5. Eu gostei dessa season finale de The Killing e ,claro, da conclusão pra história de quem matou Rosie Larsen. Já tinha pensando na Terry e mesmo no Jamie, mas nunca investi nessa linha.
    Um momento que achei interessante nesse episódio foi quando o Holder diz pra Linden que eles tinham pegado o “bad guy” e ela responde mais ou menos “Sério? E quem é?”.
    Sei lá, realmente nem a Terry e nem o Jamie eram “bad guys”. Tá, ok, o Jamie talvez fosse mas ele foi corrompido pelo sistema. rs A Terry foi como eles disseram, ela tava na hora e no lugar errado.

  6. Só discordo de você em um ponto: a referência à “estava no lugar errado na hora errada” se refere somente à Rosie, na minha opinião. Porque ela foi realmente vítimas das circunstâncias. Mas, isso não se aplica à Terry: ela deliberadamente, e de forma muito fria, jogou o carro no lago. Não foi vítima, foi ação ativa dela que causou a morte de uma pessoa (ainda que ela não soubesse que era sua sobrinha).

  7. Davi, os mafiosos tinham total relação com os politicos! Ele foi contratado para colocar os ossos na construção do Prefeito, e o Jamie ligou para o Ames, buscando ajuda dele (ele tinha o contato com os mafiosos) para matar Rosie.

  8. Tem razão, Elisa. Eles não tiveram um envolvimento direto com a morte, mas tiveram com a conspiração cujos detalhes a Rosie acabou testemunhando.

  9. Acho simplista reduzir a argumentação dos que criticam a série a querer saber a identidade do assassino ainda na 1a. temporada. Eu a criticava e desisti da série bem antes da season finale porque cansei da previsibilidade de como os suspeitos eram descartados a cada episódio, sem mencionar que o luto da família ficou arrastado.

    Twin Peaks não resolveu o mistério na 1a. temporada (curta, eu sei) mas soube ampliar o foco da trama além da resolução de um assassinato de forma muito mais eficiente que The Killing jamais conseguiu. Não é fácil, mas quem quiser ver uma longa trama de assassinato muito bem elaborada tente ver a primeira temporada de Murder One (23 episódios), que passou há muitos anos na Fox.

  10. Mas pode se referir a Terry também estar no lugar errado e na hora errada pelo menos em relação a sobrinha. Nesse sentido, ela não sabia quem era a menina que estava no carro e por isso estava na hora e lugar errados. Mas concordo com você. Independente disso, ela jogou friamente o carro no lago.

  11. Achei muito bom esse final! Um final surpreendente e bem satisfatório! O video de Rosie foi muito lindo!
    Tomara qe venha a 3° Temporada!

  12. Eu não acompanhava “The Killing”. Quando uma amiga (cujo gosto confio…) fez vários elogios, resolvi assistir…e não parei mais. Esse é o lado bom de não ter acompanhado semanalmente: pegar vários episódios e assisti-los sequencialmente (paradinha básica só para o xixi e pegar coca cola…rs). Somente as 4 ultimas semanas foram difíceis, afinal como devorei os 22 primeiros episódios, “sofri” aguardando os próximos e posso afirmar: gostei muito! Série muito boa. Tb espero que tenha uma nova temporada, mas se não tiver eles conseguiram fechar com chave de ouro a série tb.

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