sexta-feira, março 29 2024

Criada por Scott Silveri, Go On marca a 3ª tentativa do ator Matthew Perry em estabelecer-se na televisão pós-Friends. Na história ele interpreta Ryan King, um apresentador esportivo de rádio que retorna ao trabalho um mês após perder a mulher em um acidente, momento em que a narrativa tem início. Ele então ele é forçado pelo chefe a comparecer em um grupo de terapia com pessoas que também vivenciaram algum tipo de perda recente. Adotando o formato de sitcom single camera, a comédia peca inicialmente por não estabelecer bem o seu tom, notadamente quando as cenas dramáticas adquirem um peso maior do que se poderia esperar numa comédia. Em outros, Perry surge na tela com gags físicas que procuram remontar as dancinhas e trejeitos clássicos do personagem Chandler Bing, porém sem sucesso ou naturalidade.

E apesar de competente como ator, a construção do protagonista interpretado por Perry é prejudicada pela direção fraca e pelo roteiro ralo. King é um sujeito que está escondendo a dor da perda com ironia e certo sarcasmo, mas sua personalidade ainda carece de um melhor molde por parte dos roteiristas. Já o sempre bom John Cho soa desperdiçado pela comédia, assim como Tyler James Williams (de Everybody Hates Chris), que surge apagado e pouco inspirado em sua atuação. Os demais coaduvantes são mal apresentados – especialmente aqueles do grupo de terapia – ainda mais quando o episódio é interrompido com uma montagem de cenas desconexas atribulada e desnecessária, que retrata de forma artificial e maniqueísta o sofrimento de cada um deles. Com poucos diálogos, piadas e situações cômicas que funcionam, como aquela envolvendo um carro do Google Street View ao final, Go On certamente necessita de um ajuste para a sua estreia oficial em setembro.

Comentários Adicionais, por Bruna Bottin

Como o Bruno destacou logo acima, logo no início do capítulo já fica claro a tentativa de acrescentar um pedaço da essência de Chandler Bing ao novo personagem de Matthew Perry. Esse foi o meu primeiro pensamento quando comecei a assistir o Piloto de Go On. O restante do capítulo foi apressado, como se não soubessem para que rumo queriam direcionar a história, deixando assim de lado a importância de contextualizar o novo espectador. Ryan King aparece como um personagem irônico e que aparentemente não se preocupa com outra coisa além do trabalho e compara a maioria das situações como se fossem algum campeonato esportivo.

Porém, ao final do capítulo, quando ele entende e decide partilhar sobre a perda que sofreu, este momento é cortado subitamente para que ele e seus colegas de terapia coloquem fantasias e saiam correndo atrás do carro do Google Street View, tudo com a intenção de alegrar o depressivo e calado Owen (Tyler James Williams). Ainda assim, acredito que com o andar da carruagem, Go On tem a chance de ser uma boa comédia.

2 comments

  1. Eu achei totalmente sem graça, nao consegui dar uma risadinha sequer
    durante o piloto. Os personagens sao tao sem-noção que baira a forçassao
    de barra, perdendo totalmente a espontaneidade , todos são muito
    exagerados beirando o surreal. Eu paro no piloto, nada me prendeu ali.

Deixe um comentário