quinta-feira, março 28 2024

Prequel de Sex and The City agrada no começo de sua 1ª temporada

[contém spoilers da 1ª temporada] Logo que fiquei sabendo que o canal americano CW pretendia adaptar os livros de Candace Bushnell – os que narram a juventude de Carrie Bradshaw – pensei em bomba. Sex and the City foi sucesso absoluto na época em que foi exibido, e a Carrie vivida por Sarah Jessica Parker serviu (e ainda serve) como ícone para muitas mulheres. O que esperar então da adolescente de The Carrie Diaries interpretada por AnnaSophia Robb? E mais, uma série ambientada nos anos 80 para o público de hoje, será que ia colar? Para a minha surpresa, tudo funcionou melhor do que eu esperava.

Para começar, os figurinos, cenários e trilha sonora estão impecáveis. Tudo condiz muito com a época retratada. Larissa, interpretada pela atriz britânica Freema Agyeman, é a personagem que tem o visual mais trabalhado e carregado (além de Bradshaw). Para as divas que viviam em Manhattan nos anos 80, nada era exagerado demais, ousadia era a peça chave de um look perfeito – e Larissa é tudo isso e mais um pouco. Ela transborda tudo que a jovem Carrie deseja para seu futuro (ou quase tudo). Fabulosa, como a mesma gosta de dizer. The Carrie Diaries completa sua ambientação com uma trilha sonora de tirar o chapéu,  inserindo grandes hits da época. Até então, já escutamos Cyndi Lauper, Madonna, The Cars, The GoGos, Talking Heads, Billy Idol, New Order, Depeche Mode e muito mais. E as referências não param por aí, pois ainda assistimos Poltergeist junto com a rebelde Dorothy, acompanhamos notícias como o casamento da Lady Di com o Princípe Charles e vimos uma famosa máquina do Pac Man!

A comparação entre a série novata e a já consagrada Sex and the City com certeza iria acontecer, e devo dizer, o resultado não é ruim. A jovem AnnaSophia Robb captou bem a Carrie que deveria viver. Ela está começando a viver sua juventude, e iniciando a jornada que a guiará para a Carrie Bradshaw que já conhecemos, não podemos esquecer disso. Ao mesmo tempo que Carrie aparece muito inocente, fica claro que ela não está com medo de arriscar. Achei interessante quando no terceiro capítulo, Read Before Use, Carrie ficou na situação de olhar a vagina de uma mulher em uma exposição. Isso mesmo, a mulher em questão era Monica Penny, e ela estava em uma galeria de arte expondo sua parte mais íntima, com a justificativa de dominar seu poder.

A série aborda bastante a sexualidade dos jovens, e a diferença das coisas entre uma cidade pequena e a cidade que nunca dorme. Walt, por exemplo, ainda não tem coragem de aceitar que é homossexual. As amigas Mouse e Maggie ainda estão descobrindo como as coisas funcionam em um relacionamento após o sexo ou na ausência do mesmo. The Carrie Diaries trata com naturalidade questões relacionadas a juventude: sexo, drogas e amizades. Nesses seis episódios que já foram ao ar, vimos os personagens fumando maconha, tomando ecstasy e LSD, e mais um beijo gay. Porém, nenhum dos tópicos que já foram tão explorados na televisão foram banalizados. Pelo contrário, serviram para dar uma dose de realidade e costurar algumas tramas.

No geral, The Carrie Diaries está fazendo um ótimo trabalho. Arrisco dizer que é o drama que melhor retrata as dúvidas e dilemas dos adolescentes desde The O.C. – apesar das produções serem ambientadas em épocas diferentes. É uma série interessante para quem viveu nos anos 80, para quem tem 16 anos agora, ou simplesmente para quem gosta de uma dose açucarada na semana. E vocês, o que acharam?

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