quinta-feira, abril 18 2024

Quinta temporada segue melhor que as anteriores

the-voice-logoNesta semana começou a melhor fase do The Voice norte-americano: as Battle Rounds. Aqui podemos perceber quais candidatos conseguiram mostrar alguma evolução e quais parecem não ter mesmo jeito. Felizmente, essa temporada parece ter concorrentes muito melhores que as edições passadas, o que acabou nos proporcionando batalhas muito boas na primeira rodada. Claro que a edição do programa continua retalhando algumas batalhas, logo não pudemos assistir aos seguintes duelos: Cole Vosbury vs. Lupe Carroll (pelo Team Cee Lo, no qual Cole acabou saindo-se vencedor); E. G. Daily vs. Sam Cerniglia: (pelo Team Blake, com Daily vencedora) e Ashley DuBose vs. Justin Blake (pelo Team Adam, no qual Ashley foi escolhida para continuar. As demais batalhas foram organizadas em ordem de qualidade:

9. Team Blake – Shelbie Z. vs. Justin Chain – Don’t You Wanna Stay

Já virou quase uma regra no programa: sempre haverá pelo menos uma batalha country no team Blake. O problema é que a Shelbie foi tão superior ao seu rival que já sabíamos quem iria vencer antes mesmo de Blake Shelton anunciar sua decisão. É a velha tática do atual tricampeão, que sempre resolve parear um candidato forte de seu time com outro fraco. O resultado foi um duelo meio sensacional (nas partes em que a Shelbie soltava seu vozeirão) e meio sonolento (nas horas em que o Justin abria a boca).

8. Team Cee Lo – Kat Robichaud vs. R. Anthony – I Don’t Want to Miss a Thing

Kat Robichaud sempre foi uma das minhas preferidas não só do team Cee Lo, mas de todos os times dessa quinta temporada. Mas tudo nesse duelo foi errado: desde o pareamento (sua voz com a de R. Anthony simplesmente não funcionam juntas) até a escolha da música. I Don’t Want to Miss a Thing (Aerosmith) é uma canção que só funciona se for executada com paixão, com súplica, e foge completamente do estilo dos dois cantores. Sair da zona de conforto é sempre bom, mas o técnico deve preparar corretamente os seus pupilos para fazer isso, e não foi o que aconteceu aqui. Kat esteve completamente apagada na primeira metade da música, para se soltar somente no final (inclusive dando passos de balé!), enquanto R. Anthony tentava descaradamente imitar Steven Tyler, o que acabou por lhe fazer desafinar em alguns momentos. No fim, Cee Lo fez a escolha óbvia e salvou a Kat.

7. Team Adam – Grey vs. Nic Hawk – Domino

Claramente o Adam usou essa batalha para se livrar de Nic, indiscutivelmente o cantor mais fraco de seu card. A bem da verdade, Grey também não chega a ser excepcional, mas cantou a música (escolha bem óbvia, por sinal) corretamente e sem tentar inventar demais, como Nic tentou fazer. Simplesmente seus agudos não funcionam e na metade do duelo já estava enjoado da sua voz irritante. No fim, tudo acabou correndo perfeitamente, com o Adam escolhendo a Grey e jogando o Nic fora, mas o Blake (juro que nunca vou entender isso) salvou o Nic, enfraquecendo ainda mais o seu time, que já não conta com grandes nomes.

6. Team Cee Lo – Caroline Penell vs. Anthony Paul – As Long As You Love Me

Quando Cee Lo anunciou aos dois candidatos que eles iriam cantar essa música, me desanimei completamente. Não por causa do artista (que não gosto), mas por não considerar essa uma canção apropriada para um duelo vocal. Felizmente, meus temores se provaram mais do que infundados, pois Caroline e Anthony transformaram uma música chata em algo de outro mundo. Sempre gostei de Caroline Penell e ela só fez aumentar meu interesse pela sua voz suave e cheia de flexões, mas Anthony foi uma grata surpresa, já que ele havia sido cortado na edição das Blinds. A voz do garoto conseguia ir da força em alguns momentos para soltar uns melismas agudos em outros, que poucas vezes ouvi na voz de um cantor. No entanto, ainda é Caroline quem é a melhor dos dois, e Cee Lo acertadamente a escolheu. Christina ainda salvou Anthony com um steal, mas numa semana em que tivemos a eliminação de Donna Allen e Timyra-Joi, utilizar um steal para salvar o Anthony Paul chega a ser um sacrilégio.

5. Team Blake – Ray Boudreaux vs. Monika Leigh – Some Kind of Wonderful

Outro duelo pelo qual não sentia nenhuma ansiedade, mas que se provou digno de nota. Primeiro, porque Ray foi muito superior ao seu desempenho nas Blinds, chegando a arriscar uns falsetes que caíram muito bem na música. Segundo, porque sua química vocal com Monika Leigh foi surpreendentemente bem-sucedida. Além do mais, a escolha da canção foi certeira, porque soube ressaltar o vocal dos dois. Ainda assim, Ray realmente foi superior à Monika durante a música inteira, sendo a escolha de Blake. E Cee Lo utilizou seu steal para salvar Monika Leigh, que promete ser uma boa adição ao seu card.

4. Team Christina – Matthew Schuller vs. Jacob Poole – My Songs Know What You Did in the Dark (Light em Up)

Um pareamento óbvio do team Christina que acabou resultando num duelo a princípio estranho, mas que acabou sendo bem-sucedido e equilibrado. Se por um lado Matthew conseguiu executar o refrão rápido e ritmado sem perder o fôlego em nenhum momento, por outro Jacob se saiu muito bem nos momentos em que soltou as notas altas extremamente difíceis que a música exige. No fim, nenhum dos dois se mostrou melhor que o outro, mas logicamente Christina escolheu Matthew, que nitidamente tem um potencial melhor a ser desenvolvido, enquanto Jacob parece ter usado tudo o que podia nesse duelo.

3. Team Adam – Donna Allen vs. Tessane Chin – Next to Me

Esse pareamento foi um exemplo claro de que Adam Levine não aprendeu nada com as últimas temporadas, pois continua jogando seus melhores candidatos uns contra os outros, o que acaba lhe rendendo um prejuízo enorme ao final dessa fase. Desta vez, ele simplesmente rivalizou duas das melhores cantoras do seu time. E, apesar disso, confesso que esperava bem mais desse duelo. Donna e Tessane são cantoras excepcionais, e um duelo entre elas exigia uma música bem mais emocional, que priorizasse os agudos e notas altas e longas, o que não é o caso de Next to Me. Pelo contrário, as duas ficaram limitadas e repetir o refrão exaustivamente e tentar alguns gritos (ótimos, por sinal) durante o mesmo. Não que a batalha tenha sido ruim, mas quando penso o espetáculo que Donna e Tessane poderiam ter dado com uma canção de Tina Turner ou Mariah Carey, a decepção se torna evidente. Adam acabou escolhendo Tessane, que realmente foi melhor, mas fiquei surpreso por ninguém ter usado o steal em Donna, que merecia demais continuar no programa.

2. Team Christina – Jacquie Lee vs. Brianna Cuoco – The House of the Rising Sun

Essa batalha foi a prova cabal de que Christina Aguilera é uma excelente técnica, já que proporcionou um ótimo duelo entre duas candidatas que tiveram audições muito fracas. Nas Blinds, Jacquie Lee foi mais fria que uma pedra de gelo ao tentar cantar Back to Black, enquanto Briana Cuoco desafinou horrivelmente na sua vez. Mas o que se viu no palco quando as duas se juntaram para cantar The House of the Rising Sun (clássico do The Animals) foi algo que superou todas as expectativas. Ao mesmo tempo em que Jacquie Lee soltou toda a paixão que a música exige (algo que lhe faltou muito na sua audição para entrar no programa), Brianna não só evitou desafinar como também conseguiu soltar alguns agudos prolongados, tornando essa uma batalha bem surpreendente. Christina, é claro, escolheu Jacquie, mas Brianna ainda foi disputada por Cee Lo e Blake através do steal, sendo este último o escolhido por ela.

1. Team Christina – Amber Nicole vs. Timyra-Joi – Listen

Sinceramente, não me lembro de um duelo tão espetacular quanto esse na história do The Voice (talvez rivalize com a batalha entre Trevin Hunte e Amanda Brown na season 3). E o melhor de tudo foi que as duas cantoras foram crescendo durante a apresentação como se realmente fosse um duelo e uma quisesse ser melhor que a outra. Amber soltava uma nota alta para logo em seguida Timyra-Joi soltar outra mior ainda; então Amber mandava um melisma agudo para Timyra rebater com um grito áspero absurdamente magnífico. Essa batalha veio para comprovar o quão forte está o time de Christina Aguilera, que acabou escolhendo Amber Nicole, decisão essa que discordo veementemente: Timyra-Joi é uma cantora mais completa e mais popular, que poderia angariar um maior número de votos caso chegasse nos live shows. Surpreendente foi nenhum dos outros técnicos terem usado um steal para Timyra, já que ela merecia muito, mas muito mesmo continuar no programa.

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