quinta-feira, março 28 2024

Série futurista acerta na boa ambientação da trama

almosthuman

O detetive John Kennex (Karl Urban) acordou de um coma dois anos após ter sofrido uma emboscada numa operação policial que matou toda a sua equipe. Buscando fragmentos de memória do ocorrido em uma espécie de terapia de regressão, a trama de Almost Human tem início no ano 2048. No futuro retratado, todo policial é obrigado a andar pareado com um androide, aqui chamados de MX. Inconformado com a diretriz de sua corporação e optante de abordagens mais tradicionais, ele descarta seu irritante “sintético” e acaba recebendo um DRN (Michael Ealy)  no lugar: um modelo obsoleto e que fora programado em sua época para esboçar emoções e apresentar falhas humanas.

Ainda que com essa história nada original – cito, como exemplos recentes os filmes I, Robot. A.I. e Bicentenial ManAlmost Human se destaca nesse capítulo de estreia graças à excelente ambientação da caprichada produção de seu criador J.H. Wyman. Aliás, este já é mestre em conferir credibilidade temática a seus projetos (aperfeiçoada com Fringe), trazendo aqui um futuro não tão exagerado e absurdo, como costuma ser retratado.

almosthuman

Mas nem tudo são flores. Embora a dinâmica entre o androide “emotivo” Dorian (nome curioso que faz referência ao Retrato de Dorian Gray e à própria sigla DRN) seja o ponto mais alto do piloto, este sofre da necessidade de estabelecer toda a premissa em 40 e poucos minutos, com excesso de diálogos expositivos e muita informação despejada. Há de cara uma conspiração (não poderia faltar numa série produzida também por J.J. Abrams) que deve envolver o pai do protagonista, colegas de polícia e até mesmo a ex-namorada do

Além disso, Urban surge ligeiramente desconfortável no papel, não tendo ainda encontrado o tom de sua personagem. Já Ealy, contudo, consegue interpretar um robô sem parecer forçado, dono dos melhores momentos em tela. A série peca por não apresentar uma personagem feminina forte (até o momento), como a Olivia de Fringe ou a Abby de Sleepy Hollow (para citarmos produções similares): Minka Kelly (Friday Night Lights) não é esse tipo e Lili Taylor (Hemlock Grove) mal aparece.

Almost Human é, ao menos, eficiente em estabelecer seu universo (com direção de arte e efeitos caprichados) e tem potencial para crescer se conseguir encontrar o tom adequado entre mistérios e revelações, drama, ação (que, confesso, esperava cenas mais elaboradas) e humor. A série estreia em 17 de novembro nos EUA pela Fox e no Brasil no dia 28 do mesmo mês pelo Warner Channel, que cedeu o episódio para avaliação do Ligado em Série.

3star

Deixe um comentário