quinta-feira, março 28 2024

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A reação positiva da estreia do Tá no Ar: A TV na TV, novo programa humorístico da Globo, vem por conta da liberdade conferida aos comediantes e roteiristas Marcelo Adnet e Marcius Melhem e pela qualidade do texto. Assemelha-se muito com o finado Comédia MTV que o próprio humorista roteirizava na MTV e que acertava mais do que errava com ótimas piadas. Tá no Ar não é diferente. Tem grandes acertos no meio de alunas bobagens e quadros que se estendem por tempo demais, mas no final o saldo é deveras positivo.

A premissa é boa. O programa simula um espectador (você) zapeando pelos milhares de canais da TV a cabo (algo que não é explicado e que é um mérito, diga-se) e aproveita para cutucar atrações de concorrentes, fazer sátira de séries (como uma de House chamada Dr. SUS) e falar até de algumas atitudes da própria Globo, como a de nunca citar as concorrentes (e eles aqui citam) ou a tendência em manipular informações jornalísticas, numa crítica tão sutil que certamente a diretoria do canal não pegou ou fez vista grossa (quando todos numa redação de jornal dizem que o Brasil não tem salvação, um gráfico atrás mostra que o país é o único em crescimento econômico). Aliás, o programa é cheio de momentos assim, que não são escancarados ao espectador.

Mas o melhor de Tá no Ar é mesmo a exploração total do talento e a versatilidade de Marcelo Adnet, que não mais está confinado em coisas como O Dentista Mascarado e em núcleos de humor bestas de Fantástico. Dentre os destaques positivos, as paródias com as marcas Ipiranga, Friboi (Freebofe) e Ricardo Eletro (com o ator Ricardo Macchi e o bordão “O Ricardo enlouqueceu“), o desenho A Galinha Preta Pintadinha (sobre galinhas de macumba) e a Cozinha Mágica.

Já os inserts Pesca Fatal, o jornalístico Jardim Urgente, a paródia Sexy Indecisa (Sex in the City) e o documentário do Egito perdem logo o timing e o fôlego e tornam-se maçantes. Além disso, a invasão do “vlogger militante” que odeia a Globo, embora interessante, soa em alguns momentos como uma tentativa de “justificar” os quadros mais ousados ali, embora no final – quando achamos que o programa acabou – um clipe musical de Adnet vestido de Jesus cantando rap vem e fica a sensação de que finalmente a Globo terá humor subversivo e politicamente incorreto em sua grade. Ah, e tudo isso sem ser ofensivo (especialmente com minorias) como a “turminha Gentili e cia.”.

Tá no Ar pode mais e espero que consigam entregar, mas mesmo por termos coisas como essa na emissora mais conservadora do país (ainda que num vídeo exclusivo da web), já é um avanço. O programa inteiro ou os seus quadros isolados (cliquem nos links acima) estão disponíveis gratuitamente na Internet. Coisa de Adnet e Melhem, com certeza, que sabe que a viralização do programa na rede é fundamental para que ele se mantenha no ar por, pelo menos, uma temporada. Isso se a Globo deixar.

3 comments

  1. ESTOU DECEPCIONADA COM A GLOBO POR COLOCAR NO AR ESSE TIPO DE PROGRAMA(TÁ NO AR) QUE NÃO TÊM NENHUM TIPO DE RESPEITO AO PRÓXIMO. VIVEMOS NUM MOMENTO TÃO CRÍTICO ONDE SÓ NOS RESTA MUITAS TRÁGEDIAS E MORTES! ENTÃO POR FAVOR BRINCAR COM AS HISTÓRIAS DE DEUS É EXTREMAMENTE MUITO TRISTE. CONSIDERO UM BANDO DE HIPÓCRITAS! QUANDO ACONTECE ALGO TERRÍVEL NA VIDA DO SER HUMANO A PRIMEIRA PESSOA QUE BUSCAM É A DEUS. ENTÃO POR FAVOR NÃO ENVOLVAM MAIS O NOME DE DEUS NESSES PROGRAMAS TÃO INSIGNIFICANTES. PROCUREM PASSAR UMA IMAGEM MAIS SAUDÁVEL POSSÍVEL QUE TRAGA PARA OS LARES BEM ESTAR.

  2. É UMA GRANDE HERESIA E FALTA DE AMOR AO PROXIMO TRANSGREDINDO ASSIM OS MANDAMENTOS DO SENHOR ” NÃO FALAR O NOME DE DEUS (JESUS) EM VÃO”.ESSE TIPO DE PROGRAMA TEM QUE SAIR FORA DO AR. OS TELESPECTADORES AGRADECEM TCHAU.

  3. Você sabe oque é Hipócrisia? Pensei que Deus promovese respeito ao proximo, coisa que você não está desenvolvendo.

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