sexta-feira, abril 19 2024

johnoliverchurch

Um dos grandes diferenciais do excelente Last Week Tonight em relação a outros programas jornalísticos no ar reside justamente no fato dele levar a “matéria” até as últimas consequências. No episódio de ontem, exibido nos EUA pela HBO e que em breve será exibido no Brasil pela HBO Plus, Oliver exibe uma peça que objetiva expor os “evangélicos de TV”, corja que se multiplicou nos EUA e no mundo desde os anos 80 e possuem um único objetivo: extorquir dinheiro de fieis pelo telefone ou Internet.

Sem realizar julgamento de valor em outras religiões “legítimas”, Oliver ressalta que existe muito trabalho positivo sendo feito, mas que na TV a situação é outra. Para isso, após passar 7 meses trocando correspondência com uma dessas seitas modernas e descobrindo histórias de pessoas que até morreram acreditando nesses “pastores”, ele decidiu criar a sua própria igreja. Por que? Porque elas são isentas do pagamento de impostos e permitem que o “pastor” prometa o que bem entender em troca de grana.

Oliver lista casos absurdos como o de um pastor que pediu 65 milhões de dólares para comprar seu próprio jatinho – e conseguiu, fora outros que possuem patrimônio milionário. A criação da igreja foi relativamente simples. Assessorado por um advogado tributarista, ele preencheu todos os requisitos legais (listou, por exemplo, o estúdio da CBS onde grava o programa como local da igreja, e isso foi aceito pelas autoridades) e pronto. “Alguns nós cumprimos até sem querer”, disse. Em menos de duas semanas ele tinha a “Nossa Senhora da Perpétua Isenção” pronta para receber doações. Após dissolvida a igreja, ele doará todos os bens para o Médico Sem Fronteiras.

O Brasil usa a mesma norma americana e permite que instituições religiosas recebam dinheiro 100% livre de impostos, o que facilita a proliferação de Soares, Felicianos, Malafaias e outros aproveitadores da fé alheia. Assista:

[youtube video=https://www.youtube.com/watch?v=7y1xJAVZxXg]

11 comments

  1. Você já imaginou o mesmo título se você trocasse a expressão “evangélicos aproveitadores” por outra minoria, como “negros aproveitadores” ou “gays aproveitadores”? Vê como soa preconceituoso, embora certamente existam aproveitadores em todos as etnias, religiões e gêneros?

    Pois, isso só para tentar mostrar como o título do teu post soou preconceituoso aos meus ouvidos, mesmo que não simpatize com nenhuma dessas figuras públicas que citaste. Pense nisso. Abraço.

  2. O problema é que ninguém simpatiza com maiorias opressoras, e sim com minorias oprimidas.

    Opressores no lugar dos oprimidos, me lembra bem da frase: “payback is a bitch, right?”.

    Por isso poucos simpatizam quando levantam uma bandeira como “orgulho branco” ou “orgulho hétero”.

  3. Mas Bruno, muitos evangélicos podem ser soar “opressores” para outras pessoas, mas estão longe de ser uma “maioria opressora”. Evangélicos ainda são uma minoria no Brasil, e uma minoria que sofre preconceito, sim. Assim como algumas lideranças “cristãs” se aproveitam do preconceito das pessoas para direcionar o discurso contra segmentos da sociedade, vejo formadores de opinião usando os maus exemplos para direcionar ódio contra evangélicos. Ninguém pode imaginar que um skinred (?) que agrediu um homossexual tenha saído de um culto ou uma missa, mas o discurso pregado dá essa impressão.

    Eu participo de igrejas boa parte da minha vida e nunca presenciei pastor pregando o ódio ou agressão a quem quer que seja. Enfim, a intenção não é polemizar, apenas refletir um pouco. Abraço.

  4. A matéria dispõe-se a repercutir o conteúdo do programa televisivo do John Oliver. Nós, assim como ele, não fizemos qualquer juízo de valor com relação à religião em si.

    Não há preconceito na crítica aos evangélicos que usam a TV, rádios, internet e templos com o objetivo único de extorquir dinheiro de fieis – estes sim, oprimidos – e enriquecer. Não há comentário ou crítica a fieis. Interprete melhor o texto e o vídeo do programa para entender, de fato, o que é que está sendo criticado.

  5. Bom, “ligado em série”, eu, como evangélico, informo a você, comunicador, que o título (e nem tanto o conteúdo) da matéria soa preconceituoso aos meus ouvidos. Se você ler e interpretar a minha primeira mensagem, verá que foi isso que eu disse. Preconceito tem dois ou três lados, sempre. Às vezes dizemos coisas que consideramos “normais” em nosso círculo de amizades ou no ambiente que frenquentamos, mas são, de fato, preconceituosas, principalmente para os ouvidos da minoria atingida.

    Por exemplo, o título da matéria poderia ter sido “John Oliver cria sua própria igreja para expor aproveitadores da fé alheia”. Não soaria preconceituoso. Claro, até hoje, são raras às vezes que vi alguém preconceituoso admitir que suas atitudes são motivadas por preconceito.

    Por mim, que exponham os aproveitadores, sejam eles do Brasil ou dos EUA, evangélicos, católicos ou ateus, de todas as etnias, sexos e orientações sexuais ou ideológicas. Ih, me empolguei.

  6. A matéria do programa presta-se a expor os evangélicos americanos. Não são católicos, ateus ou etnias extorquindo dinheiro na TV. Não é preconceito. É fato.

  7. Ah, é fato…
    E se a manchete fosse “negros banditos assaltam velhinhas no ônibus”?
    Seria preconceito, certo? Mesmo que fosse um “fato”. Bem, pelo menos na minha opinião.
    Claro, os preconceituosos são sempre os outros. Você só está relatando “fatos”.
    Obs.: note que não tenho nenhuma objeção ao da teor matéria ou do programa do John Oliver. Os caras precisam ser desmascarados mesmo.

  8. Exatamente Marcos. Só não percebe quem é preconceituoso também. O texto é tendencioso apesar de constar verdades e assim mesmo é uma questão de interpretação particular.

  9. Discordo amigo. Seu texto reflete em algumas partes uma discriminação travestida de indignação. Para interesse público não existe este negócio de “evangélicos” no plural pois existem muitos grupos cristãos protestantes, pentecostais, neo-pentecostais, pseudo-cristãos e espiritualistas cristãos bem diferentes em suas práticas e doutrinas. Evangélico é mais uma das denominações dissidentes da primeira reforma, aquela de 1517. Não discordo de parte do conteúdo mas outras partes… Ecoam uam generalização e como disse Nelson Rodrigues: “Toda generalização é burra.”

  10. Tantas abobrinhas e mambo’s jambo’s nos comentários …antes de tudo..vejam o programa …sou evangélico e Negro…e concordo em 100% com as colocações do Jhon Oliver, os casos q ele expôs são ridículos …e o título não é EVANGÉLICOS EXPLORADORES ..e sim … PASTORES EXPLORADORES…na verdade ele ele cita apenas alguns pastores específicos …e JAMAIS ….JAMAIS compare um preconceito RACIAL …com o preconceito RELIGIOSO …ser EVANGÉLICO foi a minha Escolha de vida …ser NEGRO foi a ESCOLHA QUE A VIDA ME FEZ….. LAST WEEK TONIGHT é o MELHOR …MELHOR PROGRAMA DA TV MUNDIAL …com apenas 35 minutos semanais …vamos assistir o programa… Facebookianos.. lhes acrescentará um conhecimento enorme :)

  11. Mas Sérgio, o título do post é “evangélicos aproveitadores”. Foi isso que critiquei, nem entro no mérito do programa. Até porque, como eu disse, tem que denunciar os caras mesmo. Abraço.

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