sexta-feira, março 29 2024

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Todos os anos a TV aberta norte-americana despeja uma quantidade absurda de novas séries na gente. Somando isso ao número já elevado de temporadas e outras séries que temos acumulados em nossa lista na Netflix, mais as estreias da TV paga que coincidem com essa época, é cada vez maior a tarefa de selecionar o que vale a pena investir e continuar seguindo.

O piloto de uma série na TV aberta é o episódio que serve tanto de venda dos realizadores para os canais, quanto dos canais para os anunciantes, daí sua importância. Se a série tem potencial, isso se refletirá em seu piloto e nos primeiros episódios na maioria das vezes. Raras são as produções que começam ruins e ficam magicamente boas lá na frente.

É por isso que todo ano publico aqui o Semáforo Ligado em Série, nada mais do que um guia de consumo próprio que compartilho com vocês. Aqui eu analiso basicamente as minhas impressões dos episódios pilotos das novas séries do Fall Season e decido — por ora — se continuo ou não. Aos esquentados de plantão: não estou ditando o que é bom ou ruim; falar mal de uma série não é insultar ninguém; o guia pode ser seguido por quem quiser. Novamente: é pessoal.

É possível que eu reveja minha decisão (seja de continuar, de olhar com atenção ou parar por aqui) com base na evolução da temporada, por isso esse ano assisti em média cinco capítulos antes de escrever este guia. Demorou mais, mas ele está mais completo do que nas edições anteriores. Além disso, muitos canais deixaram para estrear séries novas no fim de outubro e início de novembro, daí a impossibilidade de soltá-lo no começo da temporada. Por último, reforço novamente que o guia é feito com base nas estreias da TV ABERTA dos EUA, que envolve os canais ABC, NBC, CBS, FOX e CW. Não estamos falando de séries de canais pagos lá fora ou plataformas de streaming. Comentamos essas em outras oportunidades.

Sem mais delongas, vamos lá.

The Good Place (NBC)

A melhor comédia da temporada, sem dúvida alguma. A nova série de Mike Schur (Parks and Recreation, The Office, Brooklyn Nine-Nine) é estrelada pelos ótimos Kirsten Bell (Veronica Mars) e Ted Danson (CSI). Simpática, inteligente, ela cria um universo próprio, visualmente encantador e muito divertido. Eleanor (Bell) é uma garota que morre e rapidamente descobre a existência do “lugar bom”, destinado apenas àqueles que se sobressaíram em vida acumulando (ou deixando de perder) preciosos pontos para cada boa atitude já feita — das mais mundanas como dar preferência no trânsito às mais altruístas como libertar escravos.

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Tudo, como explica Michael (Danson), entra num sistema meritocrático que define quem pode entrar e ficar no “lugar bom”, com direito a todo o tipo de regalia inimaginável. Eleanor, claro, é uma menina egoísta que foi parar lá por uma falha de sistema e acaba ficando por lá tentando se ajustar com a ajuda do ético e complacente Chidi (William Jackson). Aparentemente boba, a série se destaca graças ao texto afiado, repleto de boas surpresas e subversões desde o seu episódio inicial. A comédia tem reviravoltas melhores e mais surpreendentes do que muito drama por aí e funciona também graças ao ótimo entrosamento do elenco e ao timing cômico invejável de Danson (veterano de comédias) e Bell. Impressionante como ainda não tem canal no Brasil, mesmo já tendo exibido seu mid season finale.

Sinal verde.

This is Us (NBC)

Este ano a NBC surpreendeu com a melhor comédia e com o melhor drama da Fall Season, leia a crítica da Ana Bandeira que já postamosThis is Us é a prova irrefutável de que um bom roteiro aliado a boas atuações resulta numa excelente série. Mas esta não é apenas a história de uma família como já vimos inúmeras vezes na TV. This is Us representa um grande avanço em termos narrativos, que evidencia que o público de séries está mais sofisticado. Isso porque esta criação de Dan Fogelman (Galavant) adota uma estrutura não-linear aliando flashbacksflashforwards de forma orgânica. Não estamos falando do que vimos em LOST, por exemplo, que mostrava suas idas e vindas com efeitos sonoros, embora esta série tenha contribuído significativamente para que este recurso seja mais difundido.

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Aqui, a montagem da série adota um papel de quase-protagonista, pois faz uma costura no tempo para contar uma única história, que ainda é repleta de temas relevantes (aceitação, racismo, resiliência…). Assim, não raro vemos um salto de décadas – pra frente e pra trás – ou apenas de alguns meses (e a série jamais usa placas indicativas para explicar isso). Confesso que quando vi o personagem de Sterling K Brown (excelente) empacotando os pertences do pai, rapidamente me questionei: “quando ele morreu, será que me distraí?”, para depois perceber que aquilo nada mais é do que um rápido relance do futuro para a série passar uma mensagem em determinado capítulo. E não se trata de um “spoiler”: o personagem está com câncer terminal e ele vai morrer uma hora ou outra, essa é a vida. Se isso acontece em 1 mês ou 10 anos não importa, o que importa é que temos uma emocionante história sendo contada de forma brilhante e sem precedentes na TV, embora não tenha nada de mais. Segue, por enquanto, sem canal no Brasil.

Sinal verde.

Designated Survivor (ABC)

A ideia de Kiefer Sutherland fora do retorno de 24 não é boa pra mim, embora a trama de Designated Survivor seja suficientemente interessante. Aqui Jack Bauer é Tom Kirkman, um secretário do governo é que selecionado como o “sobrevivente designado” durante o discurso do presidente no Congresso norte-americano. Isso é algo que realmente existe: um membro da linha sucessória do presidente é mantido distante e seguro do restante do governo em eventos com aglomeração de cargos altos, na eventualidade de acontecer algum atentado ou tragédia, garantindo a continuidade do mandato. Isso, claro, é o que acontece na série.

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O curioso aqui é ver Sutherland no papel de um sujeito que não tem o domínio das situações que se envolve, mas isso dura muito pouco. O roteiro é competente, apesar de aqui e ali soar genérico e evidenciar que existe a tal “conspiração” por trás de tudo. O desenvolvimento será a chave e espero que não seja uma série que se esgote quando sua premissa passar (afinal, ele não vai ser o sobrevivente designado pra sempre). Infelizmente o que vi nos capítulos seguintes é uma série que exagera no já cansativo patriotismo norte-americano e entrega um texto na maioria das vezes pouco inventivo e que não sai do lugar-comum de séries de mistério conspiratório e traições. Vou esperar a temporada terminar para decidir se retomo. No Brasil é transmitida pela Netflix.

Sinal amarelo.

The Exorcist (FOX)

Essa série foi feita com esse nome apenas porque a FOX possui os direitos. Sua trama é genérica e apenas levemente inspirada no filme, com conexões maiores aqui e ali. Existem outras duas produções recentes que se trocássemos o título daria praticamente no mesmo: Outcast e Damien. The Exorcist possui uma trama batida — padres investigam fenômenos de possessão e zZzzz….-, que evidencia apenas o desespero de executivos da emissora em escorar-se em uma franquia que justifique o licenciamento.

Os 40 minutos do piloto são sonolentos e não trazem absolutamente nada de mais. Os efeitos digitais parecem inacabados e não há nada na produção que valha qualquer tempo investido nosso assistindo ou deles produzindo mais essa bomba. Nem comento o desperdício de atores do calibre de Geena Davis e Alfonso Herrera, pois já já eles estarão com uma série cancelada no currículo. Passo. No Brasil é exibida pelo canal FX simultaneamente com os EUA.

Sinal vermelho.

The Great Indoors (CBS)

Confesso que deu um certo desgosto ver Joel McHale, astro da sensacional Community, preso em uma sitcom multicâmera com claque (plateia e aplausos) na CBS. Mas o estranhamento inicial é positivamente compensado com uma série que sabe fazer uma crítica interessante do mundo atual. Jack Gordon (Hale) é um astro de revista aventureiro que se vê obrigado a retornar à redação da publicação que o alçou ao sucesso. Quando a edição impressa para de ser produzida, ele acaba por vir a chefiar a divisão digital, repleta de jovens “criados por avós” e que jamais pisaram numa zona sem wi-fi (numa óbvia alegoria do antigo x novo).

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A comédia, também sem canal no Brasil, funciona muito bem e cria situações divertidas, verossímeis e que exploram o cinismo nato de McHales. Complementando o time temos o ótimo Christopher Mintz-Plasse (Flaked) e o inigualável Stephen Fry no papel do dono da revista. É uma série com muitos diálogos espertinhos, boas tiradas sobre a geração que vive conectada a um aplicativo e um protagonista que possui mais camadas do que o normal para uma sitcom. Podia ser uma comédia single camera, fato, mas ainda assim vale o investimento. Ainda não tem canal no Brasil.

Sinal verde.

Frequency (CW) | Produção Suspensa

A série é uma espécie de remake do filme Alta Frequência estrelado por Denni Quaid e Jim Caviezel, onde uma policial descobre ser capaz de conversar com seu falecido pai através de rádio amador: ele no passado, ela no presente. É uma ideia interessante de viagem no tempo sem a viagem em si e sem trazer os grandes paradigmas temporais, tal qual vimos em LOST com os episódios envolvendo Daniel Faraday.

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Gostei muito do piloto. Tá aí uma produção que soube pegar a premissa da obra original e criar algo novo em cima, passando por todos os milestones necessários para justificar o mesmo título, mas sem ficar preso a eles. Tanto que logo na segunda metade do capítulo vemos que a série adiciona interessantes “reviravoltas” como o fato de que as alterações feitas por Raimy na linha do tempo trazem mais repercussões que precisam ser “corrigidas” (de forma a justificar a serialização). Uma pena, contudo, que a CW colocou o pé no freio da produção, que não anda dando bons resultados em termos de audiência. Por isso, é melhor seguir com cautela. No Brasil chegará pela Warner.

Sinal amarelo.

Conviction (ABC) | Cancelada

A nova produção estrelada por Hayley Atwell (Agent Carter) é a PIOR estreia desta fall season. Poucas vezes fiquei com tanto asco de um episódio piloto como neste, que parece ter três horas de duração. Conviction é insuportavelmente chata e pretensiosa começando pela sua premissa – a advogada e filha ébria do presidente é chantageada para se juntar a uma nova força de investigação de casos onde possivelmente houve algum tipo de condenação injusta.

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É o tipo de série que cria a sua “própria” agência governamental (deletei a sigla da minha cabeça) para justificar o caso da semana. Mas Conviction é a definição de série batida e clichê: da protagonista construída para ser uma espécie de Dr. House do direito (não é) até as “reviravoltas” que os roteiristas acharam brilhantes e que aqui soam como uma tentativa infantil de subjulgar a inteligência do espectador. Repleta de caricaturas, Conviction é o maior erro da temporada e conto os dias até ser cancelada. Sem canal no Brasil.

Sinal vermelho.

Notorious (ABC) | Produção Suspensa

Basicamente o mesmo que eu disse acima sobre Conviction pode ser aplicado a Notorious: é um piloto safado, construído para ter uma reviravolta cafajeste ao final de cada bloco e só. Na “história”, a produtora de um talk-show sensacionalista de fofocas faz um pacto com um figurão da advocacia criminal e é levemente baseada no relacionamento do advogado Mark Geragos com a produtora de TV Wendy Walker (do Larry King Show). É clichê do início ao fim, repleta de situações absurdas e personagens detestáveis num universo novelesco e cartunesco. Serve apenas para ocupar espaço em grade até ser cancelada.No Brasil vem pela Warner.

Sinal vermelho.

American Housewife (ABC)

American Housewive é uma série adorável. É uma tradicional sitcom de câmera única sobre uma família suburbana e nada mais que isso. Aqui os Otto mudam para um subúrbio rico para que os três filhos tenham acesso a uma escola pública de qualidade. A protagonista, Katy Mixon, está fora dos padrões estéticos da abastada comunidade e é daí que nascem os principais conflitos da série.

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Apesar do excesso de trejeitos da atriz Katy Mixon (que ficam menos irritantes com o tempo), o delicioso roteiro compensa alguns desajustes e entrega sempre falas rápidas e inteligentes, praticamente o oposto que vemos em séries de Chuck Lorre e cia. O marido, interpretado pelo talentoso ator Diedrich Bader, e as três talentosas crianças – em especial a caçula Anna-Kat de Julia Butters – fazem desta uma das melhores novidades cômicas da temporada. É um episódio melhor que o outro. Ainda não tem emissora no Brasil.

Sinal verde.

Kevin Can’t Wait (CBS)

Não perco meu tempo com Kevin James há 15 anos e não pretendo começar agora. Passo. Será exibida pela Warner no Brasil.

Sinal vermelho.

Lethal Weapon | Máquina Mortífera (FOX)

Talvez a série que mais me surpreendeu positivamente nesta Fall Season. Lethal Weapon é mais uma daquelas produções que entram na cota de remakes, revivals e reboots, dessa vez do filme homônimo estrelado por Mel Gibson e Danny Glover e que já teve quatro exemplares. Mas como série policial sua trama — policial que perdeu a família num acidente, se torna inconsequente vira parceiro de um policial mais velho e cardíaco — carrega uma dinâmica que funciona na tela grande e na pequena.

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O destaque, aqui, é a direção e a fotografia de McG, que extrai planos maravilhosos. Não se engane: a série não tem nada de espetacular, mas prova que pode se destacar do padrão graças ao cuidado e esmero em sua produção. Das duas uma: ela seguirá na linha de Hawaii Five-0 e conquistará seu público ou virará um drama procedimental estilizado. Clayne Crawford está ótimo e ainda não estou acreditando que gostei do piloto uma série estrelada por Marlom Wayans em pleno 2016. Eu assisti mais alguns e vi que não vão fugir da linha: sem arriscar demais, mas também sem baixar o nível. Fico por aqui porque não consigo encaixar uma série policial de ação na minha grade, mas sigam com cautela e sejam felizes enquanto durar. Exibida pela Warner no Brasil.

Sinal amarelo.

MacGyver (CBS)

Ah, CBS… Sim, você já deve ter lido por aí que essa estreou como o grande sucesso da temporada. Exibida nas noites de sexta, MacGyver foi um estouro porque foi muito bem posicionada pelo canal, mas foi fogo de palha. É uma Bomba com B maiúsculo e uma série claramente desenhada para o americano médio que não quer nenhum tipo de envolvimento minimamente intelectual com o que está sendo exibido em tela, pois a produção LITERALMENTE desenha sua trama para o espectador.

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As cenas de ação são plásticas, excessivamente coordenadas e entupidas de efeitos especiais de qualidade duvidosa, impedindo sequer que alguém tema pelo destino dos personagens. As reviravoltas de roteiro, inclusive, podem ser previstas com muita facilidade por uma criança sendo alfabetizada. MacGyver é uma série que se recusou a acompanhar a evolução do público, hoje já acostumado a um nível narrativo bem maior que o de uma produção dos anos 70 e 80. “Ah, mas às vezes é preciso desligar o cérebro”. MacGyver, contudo, dispensa que seu espectador sequer tenha um. Sem canal no Brasil.

Sinal vermelho.

Man with a Plan (CBS)

Que tristeza ver Matt LeBlanc (Friends) atrelado a um projeto como esse, especialmente quando vimos que ele é capaz de protagonizar uma comédia tão inteligente como Episodes (se bem que ele aceitou fazer Joey…). Vou recapitular o piloto aqui pra vocês: quando a matriarca da família X (não vou me dar ao trabalho de ir ao IMDb pesquisar os nomes pra isso) decide voltar a trabalhar, o “homem da casa” (LeBlanc) aceita dar um tempo no seu trabalho para ficar em casa e cuidar das crianças.

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Ao final do primeiro dia, o “homem da casa”, empreiteiro, consertou o que parecia “inconsertável”: as crianças estão organizadas, calmas e fazendo as suas tarefas. Resumo: em Man with a Plan o macho alfa arrumou o estrago que a mãe vinha fazendo com as crianças a vida toda e isso é colocado desta forma e tá tudo bem. Esse é apenas o resumo do texto machista dos roteiristas desta produção, sem contar que o restante das situações comicas são completamente sem graça. Passarei longe. Aqui virá pela Warner.

Sinal vermelho.

Son of Zorn (FOX)

Eu estou tentando gostar de Son of Zorn por dois motivos: sua interessante premissa – um personagem animado que vive em um país bárbaro vem morar no subúrbio para se reconectar com o filho – e pela presença de um ator que gosto muito, Jason Sudeikis (SNL) num ótimo trabalho de voz. Essa ideia de misturar animação com live action não é nova, mas aqui é utilizada para reforçar a barbaridade de Zorn e extrair alguns bons momentos de humor negro.

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Infelizmente, a série não é capaz de arrancar mais do que um sorriso maroto do rosto e nesta temporada temos exemplares muito melhores do que este. Não é ruim, mas também não é boa. É razoável. Se os realizadores corressem mais riscos, poderíamos até ter algo genial no nível de Bojack Horseman, mas sempre que a série ensaia algo mais elaborado, acaba sendo sabotada pelo próprio texto ou por atuações na média de um elenco pouco entrosado. Infelizmente a comédia tem uma premissa que é muito melhor que a sua execução. Sem canal no Brasil.

Sinal amarelo.

Pure Genius (CBS)

Esta é uma série que se vendeu como “um drama médico diferente de todos”, mas que na verdade queria era ter 1/10 da relevância de Grey’s Anatomy ou 1/20 da sagacidade de  House. Na sua premissa, um bilionário que sofre de uma doença rara financia um hospital que tem todos os recursos do mundo para tratar doenças de todos. Para os realizadores e para o Dr. Jamie Bell, a medicina deve virar uma refém da tecnologia de ponta e de tratamentos experimentais extraídos de vídeo games. No lugar de médicos brilhantes e que conseguem superar limitações para conseguir o diagnóstico, temos computadores transparentes (aparentemente o futuro será assim), tablets impossivelmente finos, óculos de realidade virtual, implantes milagrosos e impressoras 3D.

Isso resulta em uma série que é mecânica, sem emoção e incapaz de explorar as relações interpessoais no plástico e monótono hospital. Sem desafios reais (já que tudo é resolvido com aparatos irreais), a série alega discutir questões morais e éticas na aplicação de tecnologias para a cura de doenças, algo que, se o faz, faz com a maior superficialidade do mundo (mas não vi nada disso). O elenco é repleto de personagens (e atores) inexpressivos como os de Augustus Prew, Dermot Mulroney e Reshma Shetty. Todos esses fatores não ajudam no diagnóstico deste grande flop, que praticamente surge natimorto neste Fall Season. No Brasil estreou esta semana pelo Canal Universal, mas já teve sua produção interrompida nos EUA sem o back 9. Passem longe.

Sinal vermelho.

Speechless (ABC)

Se há 10 anos alguém me dissesse que veríamos na TV americana uma série estrelada por um cadeirante incapaz de se comunicar verbalmente, diria que esta pessoa havia ficado louca. Felizmente os tempos estão mudando e alguns realizadores apostam na representatividade não apenas para panfletagem. Speechless é uma ótima comédia composta por um incrível elenco, da matriarca impulsiva vivida por Minnie Driver (The Riches) ao ator que dá título à produção, o talentoso Micah Fowler.

É uma comédia franca, que em nenhum momento usa a deficiência de J.J. como muleta para passar qualquer tipo de mensagem ou romantizar a situação. Pelo contrário, a série humaniza e evidencia a realidade de uma família de baixa renda que tem um filho portador de necessidades especiais e dá o recado através de um texto sempre inventivo, entregue por um elenco afiado e em pura sintonia. Vale muito a pena ficar atento a essa produção, caso ela chegue por aqui (ainda não tem canal).

Sinal verde.

Timeless (NBC)

Tentei, mas não consegui sequer passar do piloto de Timeless. É necessário muita competência de um time de roteiristas para conseguir criar uma série de viagens no tempo, ainda mais na TV aberta (que é orientada por números de audiência). Isso, como era de se esperar, não acontece nesse exemplar. Timeless é uma série que soa genérica em todos os seus aspectos: roteiro, atuações, efeitos visuais…

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Não há um aspecto positivo aqui que te motive a seguir. Os mistérios são batidos, as representações e os conflitos de época são desinteressantes e a trama é um amontoado de clichês sobre paradigmas temporais e conspiração. Me lembra muito as séries “pseudo-LOST” que a TV americana despejava aos montes nos Fall Seasons que seguiram o ano de 2004. Não invistam tempo, pois dificilmente isso vai pra frente e não é necessário ter uma máquina do tempo para prever que daqui a um ano ela sequer existirá.

Sinal vermelho.

No Tomorrow (CW) | Produção Suspensa

De todas, No Tomorrow foi a única que não assisti por puro desconhecimento. Quando fui checar para finalizar o post, vi que já estava com a produção suspensa. Em sendo assim, sequer começarei e sugiro que façam o mesmo.

Sinal vermelho.

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Discorda, concorda? Dê sua opinião sobre as produções comentadas! Alguma dessas já passa no Brasil? Ajude-nos a mapear.

12 comments

  1. Eu gostei muito de maquina mortífera, não é uma sublime série mas me entretem quando precisa. Desligar o cérebro e assistir faz bem, de vez em quando

  2. Eu só assisti o pilot de no tomorrow pq foi inspirada em uma série brasileira,mas parei na metade do segundo episódio pq não conseguir achar algo que realmente me prendesse

  3. Concordei com quase todas, outras nem tanto. Mas dessas com sinal vermelho, a única que eu recomendo que você dê outra chance é The Exorcist, o pilot realmente não foi muito bom mas o desenvolvimento da série até o momento é ótimo e as conexões com o filme são bem mais que as citadas no piloto (inclusive são bem mais profundas do que eu pensava que seria). Os efeitos especiais melhoraram bastante com a diminuição daquele CGI cafona.

  4. Comparar The Exorcist com Outcast e Damien é uma blasfêmia. The Exorcist é infinitamente melhor!

  5. Que bobagem isso que você escreveu sobre a série do Matt LeBrenc.
    Já vi trocentos filmes e séries onde o argumento era igual, a diferença era que era a mulher que resolvia todos os problemas.Para isso tudo bem ?
    E chama de machista só por causa disso é uma idiotice imensa.

  6. O Exorcista não possui apenas algumas conexões com o filme, isso acaba sendo explicado após uns 5 ou 6 episódios. Também achava a série um porre por flertar com o que vimos no longa, até que BOOOM, os caras conseguiram criar algo realmente muito bom. É uma série que não pode ser avaliada apenas pelo primeiro episódio.

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