sábado, abril 20 2024

thegoodwife

Lembro exatamente do dia em que pisei em Los Angeles pela primeira vez em 2009 e dei de cara com um outdoor gigante que anunciava a série The Good Wife. O fall season estava começando por lá e pela primeira vez assistiria às estreias do horário nobre americano, que por tantos anos cobri daqui, ao vivo. O nome – a boa esposa – estranha até hoje quando recomendo-a como uma série jurídica. “Mas é série de advogado isso?”, questionam. “É e não é“, respondo.

The Good Wife sucedeu Boston Legal e logo se tornou um dos melhores dramas de tribunais da TV e hoje, 2 de novembro de 2016, está completa e pode ser assistida e reassistida quantas vezes você quiser, pois suas sete temporadas estão na Netflix.

Não só isso, The Good Wife foi uma das melhores séries da televisão durante muitos anos. Também era um drama familiar e político com temáticas atuais e que tratava de assuntos relevantes e do empoderamento feminino bem antes do assunto ser discutido com a amplitude que merecidamente é hoje. Seus episódios seguiam nos três pilares – jurídico, político e pessoal – tendo a personagem Alicia Florrick, da ótima Julianna Margulies, como o centralizador de tudo, balanceando muito bem as tramas e trazendo histórias envolventes e eletrizantes. Trouxe narrativas diferentes, intrincadas e que rotineiramente subvertiam os padrões de uma série jurídica.

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A articulação política era intrigante, as conspirações profundas e seus personagens cativantes – de David Lee a Diane Lockhart, passando pelo enérgico Cary Agos. Possuía um texto inigualável em termos de qualidade em se tratando de TV aberta e os roteiros de Robert e Michelle King se igualavam aos dos melhores dramas da TV paga e streaming.

Foi também um enorme celeiro de grandes convidados especiais e personagens icônicos – muito deles recorrentes – como os de Michael J. Fox, Carrie Preston, Jeffrey Dean Morgan, Mike Colter, Titus Welliver, Nathan Lane, Margo Martindale, Stockard Channing, Dennis O’Hare, Matthew Perry, Rita Wilson, Martha Plimpton, Zach Woods, Jeffrey Tambor, Amy Sedaris, Oliver Platt, Michael Kelly e muitos outros.

Mas tudo que sobe tem que descer e a partir do fim do quinto ano vimos que as coisas mudaram. The Good Wife não era mais a mesma. Tudo continuava muito bem isoladamente – as histórias, os personagens, a qualidade da produção – mas alguma coisa estava errada. As tramas boas passaram a ser abandonadas sem fim para dar lugar a outras e personagens simplesmente desapareciam por motivos que aconteceram claramente fora das telas – e sim, eu estou falando da notória briga entre Julianna Margulies e Archie Panjabi – que se consolida como uma das coisas mais mal explicadas e resolvidas da TV. A sexta temporada foi bem complicada e, nesse sétimo ano – antes de seu cancelamento ser anunciado -, eu escrevi: The Good Wife já deu o que tinha que dar.

A série ganhará em breve o spin-off The Good Fight, estrelado por Christine Baranski (a Diane), mas eu preferia que a série tivesse encerrado em alta. De toda a forma, o drama encerrou com um saldo positivo, apesar daquele final – digamos – controverso e que não fez juz à sua carreira na TV.

Ainda assim, recomendo muito.

4 comments

  1. Será que a Julianna Margulies fará alguma participação no spin-off, Bruno? Estou ansioso.

  2. Ué, por que não? Se existe alguma treta sobre isso, não estou sabendo. u_u

  3. Amei essa série desde o início mas o desfecho me decepcionou!Como podem terminar uma série desta maneira, tão sem emoção, desrespeitando o espectador! Depois da morte do Wil eu deveria ter parado por aí! Jogaram a série no lixo! Gosto de série em que posso ver de novo!

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