sexta-feira, abril 19 2024
Fotos: Divulgação/Warner

75 anos após a sua primeira aparição nos quadrinhos, a Mulher-Maravilha finalmente ganhou a adaptação cinematográfica que merecia. Contando uma história de origem não repetida como as de Batman, Superman, HomemAranha, etc., o filme cumpre muito bem o papel de apresentar formalmente a heroína e também situá-la na cronologia do atribulado universo cinematográfico da DC.

Felizmente, a diretora Patty Jenkins optou por dar a Diana Prince um caminho próprio, ao ambientar a maior parte do longa durante o final da 1ª Guerra Mundial. Com isso, a personagem vivida com uma energia surpreendente por Gal Gadot ganhou ainda mais força, especialmente pelo que ela representou para a cultura e para o empoderamento feminino ao longo de tantas décadas.

É interessante, também, como o design de produção decide representar Themyscira como um lugar colorido, claro e alegre justamente para reforçar a diferença com o mundo dos “homens” na primeira grande guerra. Assim, a “Zack Snyderização” sombria que é o tom deste universo desde Homem de Aço aqui é justificada graças a Europa cinzenta e esfumaçada debaixo das ruínas do confronto mundial.

Pelo contraste, aliás, é que o filme traz de forma orgânica e nada impositiva a mensagem que a Princesa das Amazonas veio ao mundo para passar: a necessária igualdade de gênero num mundo machista, patriarcal e que historicamente sempre subjugou a mulher. Isso fica evidente nas cenas em que a mera presença de Diana em uma sala cheia de homens é vista com incredulidade e repúdio pelas “autoridades” presentes, sendo esse um dos vários exemplos. Essa, infelizmente, é a parte não-ficcional de Mulher-Maravilha.

O longa também surpreende em termos de ação. Contando com coreografias incríveis e sequências de luta empolgantes e bem dosadas ao longo da projeção, ele consegue efetivamente colocar Diana Prince como uma heroína forte e ágil, capaz de realizar tudo o que se propõe sem soar artificial, mesmo quando a atriz é evidentemente trocada por uma versão digital, e sem jamais comprometer o resultado.

A narrativa bem-conduzida encontra tempo certo para o humor e romance, sem também sexualizar a relação entre a personagem-título e Steve Trevor (Chris Pine). Aliás, ciente de sua condição de coadjuvante neste longa, o ator se apresenta como o típico soldado idealista e progressista, mas que sabe a hora de deixar a verdadeira estrela brilhar. Com personalidade firme e bem-definida, Trevor é um ótimo complemento, assim como o peculiar time de recrutas da principal missão.

Mulher-Maravilha, porém, é apenas prejudicado pela falta de definição em torno de seu antagonista, culminando numa “reviravolta” tola no terceiro ato apenas para que se cumpra a lógica de todos os filmes de heroi – seja Marvel ou DC – já lançados, de se ter um grande confronto próximo do fim. Desnecessário, pois todo o filme trouxe Diana constantemente lutando contra uma ameaça muito maior que a do vilão da vez.

Ainda assim, este é o melhor longa da Warner/DC desde O Cavaleiro das Trevas e pode marcar o ponto de virada do estúdio neste universo. Agora vai!

15 comments

  1. ´´mesmo quando a atriz é evidentemente trocada por uma versão digital´´-Isso quer dizer o que, que tinha cenas que não era a Gal mais sim um MM feito por computador ?

  2. ´´mesmo quando a atriz é evidentemente trocada por uma versão digital´´-Isso quer dizer o que, que tinha cenas que não era a Gal mais sim uma MM feito por computador ?

  3. Excelente crítica. Pontuou os pontos positivos mas deixou claro que o filme não é perfeito.

    Eu, particularmente fico feliz com a recepção da crítica. Não pelas críticas em si mas pelo que essa recepção representa para a continuidade e estabilidade do Universo DC nos cinemas.

  4. Sim. A maioria das cenas com acrobacias doidas são de CG

  5. É, principalmente quando ela se joga de um penhasco para o mar, ou nas cenas que salta metros de altura ou quando parece voar, ali não é ela de verdade amiguinha.

  6. Quem acompanha os HQs pode me dizer pq ela nao voa nos filmes mas nos desenhos voa pra todo lado???

  7. Não. Só que usaram CGI na barriga dela no ato 3, porque ela estava grávida. E as cenas de pulo não tem nada de CGI, ela está fazendo as poses, só alteraram o redor dela.

  8. Achei o filme sensacional,nem criei expectativa para não ter decepção mas me emocionei verdadeiramente com o resgate de valores que vamos deixando para trás ao longo da vida.Achei que acertaram em todos os aspectos.

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