sábado, abril 20 2024

Confesso que depois de mais de uma década cobrindo TV, posso afirmar: quando estamos diante de série é procedimental, se você viu um episódio, você viu todos. Assim, é com certa preguiça que encaro uma produção dessas, que aposta no famigerado e passageiro “caso da semana” para proporcionar um entretenimento raso, mas de satisfação imediata.

The Good Doctor não foge desta regra, apresentando um piloto esquemático, desnecessariamente expositivo (em especial nos flashbacks) e milimetricamente escrito para tentar extrair do espectador as emoções exatas nas horas certas. Pra piorar, há aqui o patente modus operandi de Hollywood de tentar espremer qualquer resquício de sucesso até a última gota.

Se Freddie Highmore protagonizou um personagem com distúrbios mentais numa produção aclamada por 5 anos, a TV precisa sugar mais desse filão. Assim, agora o talentoso intérprete de 25 anos se encontra na pele de um médico recém-formado que, diagnosticado dentro do espectro autista, é um brilhante cirurgião com limitações sociais.

Criada por David Shore (House), a série então acompanha a entrada do Dr. Shaun Murphy em um hospital de primeira linha onde ele certamente encontrará os casos mais raros da medicina e triunfará com suas soluções que ninguém poderia achar.

Esta é a base. Resta saber o que a série vai trazer de novo daqui pra frente. Relembro que The Good Wife (aliás, que fixação dos americanos com “Good” no título de séries, hein?) também começou assim e acabou se tornando uma produção arrojada, tópica e densa apesar de manter a sua estrutura procedimental.

Existe uma boa série em The Good Doctor. O dilema apresentado (contratar ou não o cirurgião) é um conflito que pode carregar a série se bem explorado pelos roteiristas, se saírem do lugar-comum “será que ele perde o emprego essa semana?” que toma conta do episódio inicial.

Obviamente, Highmore está excelente no papel, embora não possa dizer o mesmo dos personagens secundários inexpressivos que desfilaram pela tela nesta primeira hora. David Shore já conseguiu anteriormente extrapolar as limitações do formato com o drama estrelado por Hugh Laurie, embora no fim a série tenha se perdido.

Torçamos para que o mesmo não se repita aqui.

The Good Doctor ainda não tem emissora definida no Brasil.

5 comments

  1. Nossa eu odiei nível hard. Eu achei que ele tava muito caricato e achei tudo muito parado, na hora que ele tenta solucionar o problema que ele fica segundos calado pensando e aparecem desenhos do corpo humano, gente…parece 400 horas. Eu acabei de ver ATYPICAL do Netflix é o menino é sensacional, a serie é dimânica…

  2. é estilo McGyver caso vc ñ conheça, as partes dos desenhos, e cada espectro tem um nível, o do shaun parece menor do que o do sam

  3. Achei nada interessante. Se for ver bem, acaba sendo o mesmo esqueminha que americano adora,a cada capítulo um caso médico raro que só a peculiaridade e acuidade de observação do cirurgião-esquisitinho consegue ver. Neste aspecto, não difere de House(por conta do brilhante-amoral médico) ou mesmo de Monk(o detetive com TOC que se apega a detalhes imperceptíveis aos olhos normais). O que muda é a ambiência de cada uma. Para a média das expectativas de maior parte dos telespectadores americanos, acríticos, pode servir, mas…Como se explicaria que uma aberração como I Zombie tenha passado da terceira temporada?

  4. Estou gostando da série cada vez mais. Acabei de ver o 13º episodio, um dos melhores, Freddie Highmore está perfeito assim como seu mentor também, no entanto o restante do casting, pra mim, ainda não convence muito.
    Acredito que daqui pra frente vai melhorar cada vez mais…. sei la

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