sexta-feira, abril 19 2024

Na última sexta-feira a Netflix disponibilizou uma versão reeditada da 4ª temporada de Arrested Development*, originalmente desenvolvida com uma estrutura de episódios focada cada um em um personagem. Isso aconteceu porque a agenda dos atores era complicada à época e, além disso, eles aceitaram cachês menores que o de costume para viabilizar o projeto de Mitch Hurwitz.

(* A versão original da 4ª temporada ainda está disponível, mas escondida no menu ‘Trailers e Mais’ na página da série na plataforma)

Foram gravados 15 capítulos e cada protagonista do episódio recebeu 100.000 dólares para estrelar sua história e adicionais que variavam de 50.000 a 25.000 dólares por participações nos capítulos estrelados por outros colegas.

Em um tweet, Hurwitz deixou escapar que a versão reeditada para 22 episódios não tinha motivos puramente criativos, ou seja, de tornar a história mais lógica para o espectador que ficou confuso com o formato original: há principalmente uma razão financeira. Veja, ao transformar 15 episódios em 22, a série chega a um total de 75 capítulos fora outros 17 que estrearão no próximo dia 29 de maio na Netflix.

Com isso, a possibilidade da FOX sindicalizar a série, negociando para outros players os direitos de transmissão depois que a janela exclusiva da Netflix acabar, aumenta consideravelmente. O problema é que o elenco não participará dos lucros dessa nova bolada.

De acordo com o THR, Jason Bateman, Will Arnett, Michael Cera e David Cross estão exigindo compensação adicional pela temporada reeditada, mas a 20th Century FOX Television está negando o aumento, alegando que eles possuem o direito contratual de reeditar a série como bem entenderem sem nenhum tipo de pagamento adicional aos atores. Cenas não utilizadas foram incluídas nesta nova versão.

A questão que emerge é problemática e aparentemente não possui precedentes na TV. A disputa não é apenas contratual, como também ética. Os atores não trabalharam mais por esta nova versão, mas à época aceitaram a receber menos na condição colocada. E agora?

FOX e Netflix não comentaram a reportagem do THR.

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