quinta-feira, março 28 2024

Um dos grandes destaques do ano passado foi a estreia de Big Mouth, animação para adolescentes criada  Nick Kroll (Childrens Hospital), Jennifer Flackett (Beverly Hills 90210) e Andrew Goldberg (Family Guy) que aborda de forma bem-humorada os diversos “contratempos” e desafios que a puberdade traz para os jovens, sempre com uma linguagem aberta e direta. Sua segunda temporada, já disponível na Netflix, é ainda melhor que a primeira.

Durante o painel da série na New York Comic Con, quem estava presente testemunhou, em vez da tradicional sessão de “Q&A”, uma divertida e inusitada leitura de roteiro ao vivo (algo que geralmente fica restrito aos bastidores das produções), e que foi um dos vários bons destaques da feira. Com direito ao mascote Maurice, o Monstro da Puberdade, os atores Jason Mantzoukas, Jessi Klein, Nick Kroll, John Mulaney, Jenny Slate, Fred Armisen e Jack McBrayer encenaram o episódio de retorno da série, que também resolve o cliffhanger deixado na primeira.

A nova temporada dedica a sua narrativa no tema central da série, deixando de lado as distrações oferecidas pelo fantasma de Duke Ellington, por exemplo, assim como as constantes interrupções do treinador Steve. Também introduz uma nova personagem, Jina (interpretada por Gina Rodriguez, de Jane the Virgin), que serve para balançar ainda mais os hormônios dos jovens estudantes da escola de Bridgeton.

Mais afiada e desbocada do que nunca, a temporada é construída de forma muito mais fluida por Kroll e o time de roteiristas e com mensagens sempre relevantes, como o musical sobre aceitação das mudanças no corpo e a forma como que o roteiro aborda os vários desafios vivenciados por meninas na puberdade, incluindo o fato de sofrerem shaming por parte dos garotos.

Esse tema, inclusive, é desenvolvido por vários episódios com a chegada do novo personagem, o Mago da Vergonha, que é uma espécie de “aqui-inimigo” do Monstro da Puberdade, em alusões inteligentíssimas e que rendem ótimas gags e reflexões.

Big Mouth é uma relevante animação que deveria ser obrigatória até mesmo como material educacional, já que discute temas importantes com muito mais propriedade, sensibilidade e autoridade que muitos documentários.

Deixe um comentário